As Catacumbas dos Cães em Anubis, no norte de Saqqara, no Egito, foram descobertas em 1897 por Jacques de Morgan, um engenheiro de minas e arqueólogo.
Ele criou um mapa das catacumbas, que foi a primeira referência moderna a um “Tomb de Chiens” ou “tumba dos cães”. O nome acabou sendo subestimado, pois quando as catacumbas foram exploradas em 2015, estimava-se que continham 8 milhões de múmias de cães.
As catacumbas, construídas por volta de 400 aC, tinham uma passagem principal que se estendia por 173 metros com corredores ramificados de até 140 metros. A equipe que explorou as catacumbas descobriu que 90% dos restos mortais eram cães, sendo o restante chacais, gatos, mangustos e raposas.
Esses animais foram oferecidos como presentes à divindade Anubis, que se acreditava trazer boa sorte ou agradecimento. A equipe acredita que os animais foram criados em fazendas de filhotes e oferecidos como sacrifícios.
O propósito do enterro dos animais é desconhecido, pois não há evidências escritas. Não está claro se os peregrinos chegaram ao templo e fizeram um pagamento para que um cachorro fosse sacrificado e enterrado como oferenda, ou se tiveram que comprar os cachorros antes da chegada ao templo. Cada múmia simbolizava um presente ao deus, mostrando a devoção religiosa das pessoas que ofereciam os animais.
“O cenário mais provável é que havia uma série de fazendas de filhotes localizadas nas proximidades, provavelmente em Memphis e seus arredores”, escreveram eles em seu artigo, “de onde a maioria dos animais era originária”.
O estudo das Catacumbas Caninas foi publicado na revista Antiquity em 2015. Ele destaca a devoção religiosa dos antigos egípcios e a importância dos cultos aos animais para a sociedade egípcia antiga.