O passageiro de um avião que voava pela costa norte da Nova Zelândia se assustou com o que viu no meio do oceano através da janela da aeronave. De acordo com suas próprias palavras, ele avistou uma “massa grande e peculiar” flutuando na água. Sem pensar duas vezes ele decidiu fotografar o que estava vendo.
As fotos foram enviadas por e-mail para um grupo de especialistas, que logo perceberam o que estava acontecendo. Tratava-se da ação de um vulcão subaquático. Na verdade, estamos falando da maior erupção deste tipo já registrada na história.
“Sabíamos que era uma erupção em grande escala. Equivalente, de certa forma, à maior erupção que vimos em terra no século 20”, disse a vulcanologista Rebecca Carey, da Universidade da Tasmânia, que co-liderou a primeira investigação da histórica erupção de 2012 e, juntamente com sua equipe, publicou resultados em um artigo em 2018.
O incidente foi produzido pela atividade de um vulcão subaquático chamado ‘Havre Seamount, e em um primeiro momento ele passou totalmente despercebido pelos cientistas. Mas quando o vulcão lançou uma plataforma de rocha flutuante no oceano, as coisas ficaram um pouco mais visíveis.
Em 2012, a plataforma (composta de pedra-pomes) cobriu cerca de 400 km² do sudoeste do Oceano Pacífico, mas meses depois os satélites registraram a dispersão sobre uma área duas vezes maior que a própria Nova Zelândia. Os cientistas analisaram a região em profundidades de até 1220 metros, e os resultados foram surpreendentes.
“Quando olhamos os mapas detalhados do veículo autônomo subaquático, vimos todas essas saliências no fundo do mar, e pensamos que o sonar do veículo estava com defeito”, disse o vulcanologista Adam Soule, do Woods Hole Oceanographic Institution. “Descobrimos depois que cada relevo era um grande bloco de pedra-pomes, alguns deles do tamanho de uma van. Nunca tinha visto nada parecido no fundo do mar”, disse.
Para se ter uma ideia, esta erupção foi cerca de 1,5x maior do que a erupção do Monte St. Helens, em 1980, ou 10x maior que a erupção do Eyjafjallajökull, em 2010, na Islândia. Felizmente, ela ocorreu embaixo d’água. De acordo com os pesquisadores, 3/4 do material da erupção flutuou na superfície do oceano e acabou se dispersando. O resto espalhou-se pelo fundo do mar, trazendo devastação para as comunidades biológicas que viviam por lá.
Os resultados dos oceanos que analisaram esta erupção foram publicados na revista Science Advances, e esta matéria possui informações do ScienceAlert.