Às vezes, o cosmos pode parecer um gigantesco quebra-cabeça, com todos os seus planetas, estrelas, galáxias e outros fenômenos celestiais. Uma peça que tem despertado nossa curiosidade há mais de um século é o misterioso Planeta X, um corpo celeste hipotético que o renomado astrônomo Percival Lowell tinha certeza que existia bem lá fora, no infinito abismo além de Netuno.
Claro, encontramos Plutão no processo, mas acabou sendo muito pequeno para impactar a órbita de Netuno e não se encaixava na descrição do grandioso planeta de Lowell. Hoje, em sua maioria, descartamos o Planeta X como um sonho irrealizável. No entanto, em uma reviravolta irônica do destino, os cientistas agora estão teorizando que poderia haver algo lá fora afinal – um planeta errante, nada menos!
Essa revelação bombástica vem de uma equipe internacional de cérebros que, em sua máquina do tempo cósmica (também conhecida como um computador poderoso), modelaram o caos tumultuado do Sistema Solar primitivo. Seus cálculos mostram que um planeta errante, à deriva da gravidade solar, poderia ter estacionado na Nuvem de Oort, uma pista de gelo celestial a centenas de bilhões a trilhões de milhas de distância. De maneira intrigante, seu estudo, embora ainda aguardando revisão por pares, sugere dois possíveis cenários para a origem deste planeta errante.
Um Planeta Errante nos Confins do Sistema Solar
Cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, nosso jovem Sistema Solar era como um caótico derby de demolição cósmica. As forças gravitacionais jogaram um frenético jogo de pinball planetário com os detritos da nuvem de poeira protoplanetária. O estudo especula que há 1 chance em 200 de que uma dessas bolas voadoras era um objeto do tamanho de um planeta, que conseguiu escapar da gravidade do sol e foi passar férias permanentes na Nuvem de Oort.
A história fica ainda mais fascinante. Embora o conceito de um planeta errante possa parecer saído diretamente de um romance de ficção científica, eles são muito reais. Estes não são os planetas do dia a dia orbitando uma estrela; não, são lobos solitários, à deriva sem rumo no vasto oceano cósmico. E adivinhe? Há uma chance de 7% de que um desses vagabundos interestelares, do tamanho de Netuno, tenha tropeçado em nosso Sistema Solar e ficado preso na Nuvem de Oort.
Agora, antes de se animar, há um pequeno problema. Os pesquisadores tendem a acreditar que a Nuvem de Oort é mais provavelmente uma bola de neve cósmica, repleta de numerosos objetos menores e gelados, em vez de um planeta errante. E dado o imenso tamanho e distância da Nuvem de Oort, talvez nunca saibamos ao certo quais mistérios ela guarda.
Então, no fim das contas, nossa busca pelo elusivo Planeta X pode nos levar a um planeta errante, embora muito, muito mais distante do que Lowell jamais imaginou. Mas não é esse o charme da astronomia? Ela nos mantém em alerta, sempre em busca de respostas, sempre em busca daquela peça faltante do quebra-cabeça cósmico. Assim como o elusivo planeta errante, estamos em uma constante jornada, explorando os infinitos mistérios do universo.