Em 2013, o mundo católico foi surpreendido não apenas pela renúncia do Papa Bento XVI, mas também pela escolha de seu sucessor: um argentino que, décadas antes, havia trocado as noites agitadas de uma boate pela vida religiosa. Jorge Mario Bergoglio, mais conhecido como Papa Francisco, entrou para a história como o primeiro pontífice nascido fora da Europa e o único a vir do Hemisfério Sul. Mas sua jornada até o Vaticano incluiu passos inusitados, que pouco combinam com a imagem tradicional de um líder religioso.
Nascido em Buenos Aires, Francisco sempre carregou consigo as marcas de sua cultura. Na juventude, era um entusiasta do tango, dança que apreciava tanto quanto o futebol – paixão que o mantinha frequentando os estádios do clube San Lorenzo. Mas, antes de ingressar no seminário, ele precisou conciliar os estudos com trabalhos que garantissem seu sustento.
Entre eles, um emprego chamou atenção: segurança de boate. Sim, o futuro chefe da Igreja Católica já decidia quem entrava ou não em casas noturnas, além de lidar com conflitos entre clientes em meio ao agito das festas. Uma realidade distante dos salões do Vaticano!
A vida religiosa de Francisco começou a ganhar forma em 1958, quando ele entrou para a Companhia de Jesus. Sua ascensão foi gradual: em 1992, tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires e, em 1998, arcebispo da mesma cidade. Em 2001, recebeu o título de cardeal das mãos do Papa João Paulo II, posição que o colocou no radar para o papado.
Quando Bento XVI anunciou sua renúncia em 2013 – a primeira em seis séculos –, Bergoglio foi eleito em um conclave marcante. Adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo da humildade e da conexão com os mais pobres.

Francisco foi o primeiro papa do Hemisfério Sul
O novo Papa rapidamente conquistou admiradores ao quebrar protocolos seculares. Recusou a limusine papal para dividir um ônibus com outros cardeais, optou por vestes mais simples e adotou um discurso direto, abordando temas como desigualdade e meio ambiente. Sua postura descontraída, aliada ao passado incomum, renderam comentários como os de um usuário nas redes sociais: “Não sei muito sobre religião, mas é incrível pensar que ele foi de segurança de boate a Papa!”.
Francisco permaneceu no cargo por mais de uma década, até seu falecimento em 21 de abril de 2024, aos 88 anos, durante a celebração da Páscoa. Sua trajetória, marcada por contrastes, mostra que a vida pode reservar reviravoltas impressionantes. De jovem que equilibrava estudos e trabalho noturno a líder espiritual de bilhões, ele provou que histórias extraordinárias muitas vezes começam com escolhas simples – e, às vezes, em lugares improváveis.