Pessoas chocadas ao descobrir o que exatamente acontece com o seu corpo se você morrer em um acidente de avião Pessoas chocadas ao descobrir o que exatamente acontece com o seu corpo se você morrer em um acidente de avião

por Lucas Rabello
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Um vídeo no YouTube mergulhou nos detalhes mais sombrios de acidentes aéreos fatais, deixando muitos espectadores visivelmente impactados. Enquanto a maioria de nós espera nunca enfrentar tal cenário, a curiosidade sobre o que acontece em um desastre fatal no ar persiste. O canal Grunge trouxe à tona informações forenses sobre os efeitos físicos extremos em um acidente sem sobreviventes, revelações que, para alguns, foram suficientes para abalar a confiança em voar.

É fundamental começar com um dado tranquilizador: viajar de avião continua sendo uma das formas mais seguras de transporte. Estatisticamente, o risco de morrer em um acidente de carro é significativamente maior do que em um desastre aéreo. Além disso, o número global de mortes relacionadas a acidentes com aeronaves vem caindo de forma consistente ao longo das últimas décadas.

Um relatório do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB) analisou acidentes ocorridos entre 1983 e 1999 e descobriu que 95% das pessoas envolvidas sobreviveram. Até nos incidentes classificados como mais graves, a taxa de sobrevivência permaneceu alta, em 55%.

No entanto, o foco do vídeo estava justamente na pequena porcentagem de casos onde o acidente é fatal para todos a bordo. Nessas situações extremas, as forças envolvidas são tão violentas que causam danos corporais devastadores e complexos, tornando a análise forense um desafio enorme. A velocidade do impacto, o tamanho da aeronave e o local onde ela se choca (oceano, montanha, área urbana) são fatores cruciais que determinam o estado dos restos mortais encontrados.

Os tipos de lesões descritas são severas. A energia brutal do impacto pode levar à desintegração, ao desmembramento e à separação da pele do corpo. Lacerações profundas e esmagamento de ossos e órgãos também são comuns. Frequentemente, partes significativas do corpo não são localizadas.

Um fenômeno específico contribui para isso: se a aeronave se rompe no ar e ocorre uma súbita descompressão da cabine, a força da sucção pode ejetar passageiros, assentos e objetos para fora do avião muito antes do choque com o solo. Isso explica por que restos humanos podem ser encontrados a grandes distâncias da massa principal dos destroços.

Apesar da natureza gráfica dessas informações, existe um aspecto que pode trazer algum conforto relativo. De acordo com as análises apresentadas, as vítimas de acidentes repentinos durante o voo provavelmente experimentam sofrimento físico mínimo.

Em colisões súbitas em alta velocidade, a perda de consciência é quase instantânea, ocorrendo bem antes do momento do impacto real com o solo. As lesões resultantes causam morte imediata. Fraturas graves na coluna cervical e danos maciços ao cérebro são citados como fatores decisivos nessa rapidez.

Um exemplo histórico ilustra esse ponto. Em 1950, um avião Viking da British European Airways caiu em meio a denso nevoeiro no Aeroporto de Londres (atual Heathrow). O laudo post-mortem concluiu que todas as vítimas sofreram lesões incompatíveis com a vida de forma instantânea. O documento detalhou as causas de morte: dez fraturas de crânio, uma fratura na coluna cervical, uma hemorragia cerebral, oito casos de ruptura da aorta, três rupturas de pulmão, três rupturas cardíacas e duas rupturas de fígado ou baço.

Não é surpresa que o vídeo despertou reações intensas nos comentários do YouTube. Alguns espectadores expressaram medo renovado de voar, com declarações diretas como “Nunca mais vou voar”. Outros diferenciaram o medo específico: “Não tenho medo de voar, mas de cair”. Houve também comentários que buscaram alívio no humor, comparando riscos: “Se meu carro quebra, eu não caio do céu”. E alguns reconheceram uma verdade perturbadora: “Eu não precisava assistir isso para entender como o corpo humano é frágil, mas eu assisti”.

A segurança aérea avançou muito, e as chances de se envolver em um acidente fatal são remotíssimas. Entender os aspectos científicos por trás do que ocorre em um evento tão raro, por mais difícil que seja, continua sendo um tema que fascina e assombra parte do público.

A transparência sobre os detalhes mais difíceis, embora chocante para alguns, atende a essa busca por conhecimento sobre os limites físicos humanos em condições extremas. A aviação comercial mantém seu impressionante histórico de segurança, mas a curiosidade sobre o funcionamento do corpo em situações de força extrema permanece.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.