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Fóssil de “dragão do mar” gigante com 180 milhões de anos é descoberto

Leonardo Ambrosio

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Durante uma drenagem de rotina em Rutland Water, um reservatório localizado na região de East Midlands, na Inglaterra, cientistas acabaram descobrindo os restos mortais de um monstro marinho. Não estamos falando de nenhuma criatura lendária ou mitológica, mas a descoberta não deixa de ser incrível mesmo assim, já que trata-se dos restos fossilizados mais completos já encontrados de um ictiossauro, também conhecido como “dragão do mar”.

Este fóssil de 180 milhões de anos foi encontrado por Joe Davis, líder de uma equipe de conservação em Leicestershire, na zona leste da Inglaterra. Os restos foram escavados em agosto e setembro de 2021, e depois passaram por um minucioso estudo por uma equipe de paleontólogos. Mas apesar da descoberta não ser tão recente assim, os resultados do estudo só foram publicados agora.

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Anglian Water

Medindo cerca de 10 metros do focinho até a cauda, acredita-se que este seja o fóssil mais completo de ictiossauro já encontrado na Grã-Bretanha. Somente o crânio deste animal gigantesco possui 2 metros de comprimento, e pesa pouco menos de uma tonelada.

“É uma descoberta verdadeiramente sem precedentes, e uma das maiores da história paleontológica britânica”, disse Dean Lomax, paleontólogo e especialista mundial em ictiossauros. “Para que o público entenda o contexto desta descoberta, é como encontrar um Tyrannosaurus rex completo nos Estados Unidos, só que esse gigante jurássico foi encontrado em uma reserva natural de Rutland, entre todos os lugares onde poderia ter aparecido!”.

Analisar e retirar o fóssil do solo não foi uma tarefa nada fácil. Apenas para coletá-lo foi necessário uma equipe com bastante experiência, que levou 14 dias para concluir o serviço. Antes disso, os pesquisadores tiveram que documentar minuciosamente os restos mortais, usando milhares de fotografias e uma técnica chamada ‘fotogrametria’, a partir da qual criaram um modelo em 3D do espécime. Agora, Lomax e sua equipe vão continuar a trabalhar na pesquisa, e esperam publicar trabalhos acadêmicos sobe esta descoberta incrível em breve.

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E caso você já esteja se perguntando, os ictiossauros eram criaturas que provavelmente habitaram nossos oceanos até cerca de 90 milhões de anos atrás, quando entraram totalmente em extinção. Eles foram descobertos pela primeira vez pela paleontóloga inglesa Mary Anning no início do século XIX, e desde então muitos especialistas se debruçam no estudo destes curiosos animais.

E a não ser que você queira tirar eles do sério, não chame essas criaturas de dinossauros. Isso porque embora algumas espécies de ictiossauros tenham vivido no Triássico, Jurássico e até em partes do período Cretáceo, esses répteis marinhos extintos representam um grupo separado de animais em relação aos dinossauros.

Segundo a ciência, eles evoluíram de um grupo de répteis terrestres que retornaram ao mar. E ainda que possam ter alguma semelhança com os golfinhos ou baleias, este é apenas um exemplo de evolução convergente, em que características semelhantes surgem entre espécies diferentes, apenas como resultado da adaptação a condições parecidas.

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Representação gráfica de um ictiossauro | Bob Nicholls

“É uma descoberta altamente significativa tanto nacional como internacionalmente, mas também de grande importância para o povo de Rutland e seus arredores. Se nossa identificação estiver correta, como uma espécie chamada Temnodontosaurus trigonodon, isso fornecerá novos detalhes sobre o alcance geográfico da espécie, pois ela não havia sido encontrada no Reino Unido antes disso”, disse o especialista em répteis marinhos, Mark Evans, sobre a descoberta.


Com informações do ‘IFLScience’.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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