Pesquisadores do Myanmar recentemente descobriram seis novos tipos de coronavírus em morcegos durante um programa de pesquisa chamado ‘PREDICT’. Tal programa tem o objetivo de identificar doenças com o potencial de passar de animais para seres humanos no futuro.
Segundo os pesquisadores, os novos coronavírus não fazem parte da mesma família do SARS-CoV-2, nem do patógeno que causou o surto de MERS em 2002/2003.
Entre os anos de 2016 e 2018, os cientistas por trás do projeto PREDICT coletaram centenas de exemplares de saliva e fezes de 464 morcegos, de mais de 11 espécies diferentes. Os animais foram coletados em três localidades de Myanmar onde os seres humanos costumam entrar em contato com animais silvestres. Algumas pessoas, por exemplo, usam as fezes do morcego como um tipo de fertilizante.
“Duas dessas localidades incluem sistemas de cavernas bem populares, onde as pessoas rotineiramente são expostas aos morcegos, seja para a coleta de suas fezes, por motivações religiosas ou ecoturismo”, escreveram os pesquisadores no estudo, que foi publicado no último dia 9 de abril, no ‘PLOS ONE’.

Mais especificamente, os novos tipos de coronavírus foram encontrados nas espécies Scotophilus heathii, Chaerephon plicatus e Hipposideros larvatus. Os novos coronavírus foram nomeados como PREDICT-CoV-90, PREDICT-CoV-47, PREDICT-CoV-82, PREDICT-CoV-92, PREDICT-CoV-93 e PREDICT-CoV-96.
“Muitos coronavírus podem não oferecer nenhum risco para as pessoas, mas quando nós percebemos essas doenças de forma precoce, em animais, nós temos uma valiosa oportunidade de investigar seu potencial”, disse a coautora Suzan Murray, diretora do ‘Smithsonian’s Global Health Program’. “Vigilância, pesquisa e educação são as melhores ferramentas para prevenir pandemias antes delas ocorrerem”.
Para Marc Valitutto, principal autor do estudo, é crucial que nós tenhamos o máximo possível de informação sobre esses patógenos.
“De forma global, os seres humanos estão interagindo cada vez mais com animais silvestres, então quanto mais conhecermos sobre esses vírus em animais, bem como compreendermos a forma como eles se espalham para outras espécies, melhor para nossa capacidade de reduzir seus potenciais riscos”, disse Valitutto.
Fonte: LiveScience.