Mergulhando nas profundezas do oceano, você pode esperar que as coisas fiquem mais escuras, frias e com menos vida. No entanto, cientistas descobriram recentemente uma espécie desconhecida de peixe-caracol, chamada Pseudoliparis, a uma profundidade recorde de 8.336 metros na fossa de Izu-Ogasawara. Essa descoberta desafia a noção de que quanto mais fundo você vai, menos vida encontrará.
A fossa das Marianas é a mais profunda conhecida e é mais famosa do que sua contraparte, a fossa de Izu-Ogasawara. No entanto, esta última pode se mostrar mais interessante do ponto de vista biológico. Embora a profundidade desempenhe um papel na formação da vida nesses ambientes, fatores como temperatura também impactam o habitat. A fossa de Izu-Ogasawara é mais quente do que a fossa das Marianas, tornando-a mais hospitaleira para a vida.
Pesquisadores a bordo do navio DSSV Pressure Drop decidiram explorar a fossa de Izu-Ogasawara, esperando encontrar vida prosperando em maiores profundidades devido às águas mais quentes. As hipóteses foram comprovadas ao descobrir a nova espécie de Pseudoliparis a 8.336 metros de profundidade.
Embora as águas acima da fossa das Marianas sejam mais tropicais do que as acima da fossa de Izu-Ogasawara, esta última é mais quente. A Antártica impulsiona esse fenômeno. A água fria e salgada afunda nas margens da Antártica e flui para o norte, aquecendo-se durante a viagem. Quando essa água encontra uma fossa, ela flui para dentro dela, tornando as fossas mais quentes.
As fossas japonesas foram encontradas fervilhando de vida, mesmo em seus pontos mais profundos. No entanto, é improvável que os cientistas encontrem peixes vivendo em profundidades muito maiores, já que não há fossas mais quentes de profundidade semelhante.
A descoberta de peixes-caracol em tais profundidades é fascinante, pois eles não são tipicamente criaturas de águas profundas. A maioria dos peixes-caracol vive em águas rasas, como estuários. Esses peixes de 20-25 centímetros se alimentam de pequenos crustáceos que se alimentam de material que afunda na fossa quando as criaturas das águas superficiais morrem.
Pode levar semanas ou meses para que esses detritos afundem, mas os crustáceos não discriminam e constroem uma teia alimentar com o que conseguem encontrar.
Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.