Uma família de Melbourne, Austrália, viveu uma tragédia devastadora causada por uma perigosa tendência nas redes sociais, o que levou a um apelo urgente por reformas na indústria e maior conscientização sobre a prática letal conhecida como “chroming”. O incidente, ocorrido em março de 2023, tirou a vida de Esra Haynes, de apenas 13 anos, durante o que começou como uma simples festa do pijama com amigos.
A prática do chroming consiste em inalar substâncias químicas de latas de aerossol, como desodorantes, para obter um rápido efeito eufórico. Essa tendência tem se tornado cada vez mais popular entre adolescentes, mas foi fatal para Esra. Seus pais, Paul e Andrea Haynes, relataram como uma noite comum se transformou em um pesadelo inimaginável ao receberem uma ligação de emergência sobre a filha.
“Sempre sabíamos onde ela estava e com quem estava. Não era nada fora do normal”, contou Paul em entrevista ao programa A Current Affair. Ao chegarem ao local, os pais encontraram paramédicos tentando salvar a vida de Esra. Ela foi levada ao hospital inconsciente e colocada em suporte vital. Oito dias depois, com os médicos confirmando danos cerebrais irreversíveis, os pais enfrentaram a difícil decisão de desligar os aparelhos.
Os pais da jovem de 13 anos pedem mudanças significativas (A Current Affair)
A família Haynes, incluindo os irmãos mais velhos de Esra – Imogen, Seth e Charlie – permaneceu ao lado dela até o último momento. Agora, eles transformam sua dor em um esforço para promover mudanças, com foco em duas áreas principais: a fabricação de produtos e a supervisão das redes sociais.
Paul Haynes compara os aerossóis a “uma arma na prateleira” e pede que os fabricantes modifiquem as fórmulas e os propelentes usados nesses produtos. A família também destaca a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa das redes sociais, pois acreditam que foi nesse ambiente que a filha tomou conhecimento da prática perigosa.
O problema não se limita a esse caso isolado. Em 2019, um adolescente de 16 anos em Nova Gales do Sul morreu após inalar aerossol, e em 2021, uma garota de Queensland sofreu danos cerebrais devido ao chroming. A situação se tornou tão preocupante que alguns supermercados começaram a trancar as latas de desodorante para evitar furtos e o uso indevido.
Escolas e especialistas médicos também estão se mobilizando para conscientizar os jovens sobre os perigos do chroming. Departamentos regionais de educação têm incluído alertas sobre a prática em seus currículos, na esperança de prevenir tragédias futuras.
“As crianças não pensam além do dia seguinte, elas realmente não pensam. E especialmente sem saber como isso pode afetá-las”, explicou Paul, enfatizando a importância da educação sobre as consequências. Andrea destacou o impacto devastador sobre as famílias: “O efeito dominó disso é absolutamente devastador. Não temos mais nossa filha para trazer para casa.”
A família Haynes continua compartilhando sua história, na esperança de evitar que outras famílias passem pela mesma dor. O nome de sua filha, Esra, significa “ajudante” – um significado que agora orienta sua missão de educar outras pessoas sobre os riscos letais do chroming.
