Na última quarta-feira, em uma reunião pública pouco comum em Washington, EUA, um grupo de especialistas escolhidos a dedo pela NASA, encarregado de investigar o enigmático tema dos OVNIs, reforçou a urgente necessidade de coletar dados mais completos. Eles destacaram as possibilidades futuras de fazer sentido desses fenômenos misteriosos, segundo a Reuters.
“Relatos de testemunhas e dados atuais simplesmente não são suficientes quando se trata de fornecer evidências claras sobre a natureza e a origem de cada evento”, ressaltou David Spergel, o astrofísico líder do trabalho. Ele sublinhou a necessidade de “dados de alta qualidade”. Um relatório detalhado previsto para ser lançado no verão aprofundará nesta abordagem.
A NASA começou a investigação sobre OVNIs no ano passado e montou uma verdadeira equipe dos sonhos de 16 especialistas de primeira linha para a tarefa, incluindo cientistas renomados, funcionários da FAA e até mesmo o ex-astronauta Scott Kelly.
O painel não está vasculhando eventos passados em busca de explicações. Em vez disso, eles estão elaborando orientações para a NASA estudar metodicamente esses fenômenos no futuro. Não se trata apenas de satisfazer a curiosidade ou desmascarar mitos, a NASA ressalta. Trata-se de uma questão de segurança nacional e segurança do tráfego aéreo.
Apesar das suas implicações sérias, o assunto inevitavelmente desperta interesse, dado o status lendário dos OVNIs. Em uma tentativa de diminuir o alarde, eles optaram pelo termo “fenômenos anômalos não identificados” em vez disso.
OVNIs são alienígenas?
“Não há dados definitivos que liguem esses fenômenos à vida alienígena”, explicou David Grinspoon, um cientista do painel. Para David Spergel, navegar neste assunto é como andar na corda bamba entre aqueles que estão certos da existência de OVNIs e aqueles que acham isso risível.
Nicola Fox, administradora associada da NASA, começou a sessão criticando o assédio online direcionado ao painel.
A transparência é a chave para este processo, de acordo com a NASA. Eles estão se esforçando para desestigmatizar o assunto e basear o trabalho do painel exclusivamente em dados públicos, garantindo acesso aberto e discussão livre, como afirmou Daniel Evans, que está coordenando o estudo para a NASA.
Dos 800 fenômenos aéreos não identificados coletados, apenas uma fração minúscula (2-5%) é “verdadeiramente anormal”, de acordo com Sean Kirkpatrick, diretor do AARO, um departamento do Ministério da Defesa.
Durante a reunião, Kirkpatrick mostrou dois vídeos: um de um objeto esférico inexplicado visto no Oriente Médio em 2022, e outro de pontos se movendo de maneira errática, mais tarde revelados como aviões afetados por oscilações de sensores.
No futuro, os dados precisarão vir de instrumentos diversos, especializados e bem calibrados, afirmou Spergel. No entanto, ele descartou o conceito de um satélite dedicado. Em vez disso, integrar comentários públicos e aproveitar bilhões de celulares em todo o planeta pode fornecer dados valiosos.
Mike Gold, ex-funcionário da NASA no painel, sugeriu criar um escritório dedicado dentro da agência espacial para lidar com essa questão.
Então, qual é o objetivo final? Alguns especialistas argumentam que pode ser a descoberta de novos fenômenos físicos. Como Grinspoon coloca, “se a NASA aplicar a mesma metodologia rigorosa ao estudo de fenômenos não identificados como fazem com a vida alienígena em potencial, certamente descobriremos algo novo e fascinante, independentemente da explicação final.”