Jovens da tribo Moken, nativos do arquipélago de Mergui, no sul da Birmânia e na costa leste da Tailândia, são comparados ao super-herói Aquaman devido à sua capacidade de mergulhar na água e ver claramente abaixo.
A tribo aprende a nadar desde cedo, e sua estreita relação com a água os transformou em uma nação nômade sem território definido, sendo perseguidos pelas autoridades birmanesas e tailandesas.
Após o tsunami de 2004 que atingiu várias costas, incluindo a Tailândia, a tribo demonstrou seu conhecimento e habilidade no movimento do mar e conseguiu chegar a terrenos elevados e ajudar os atingidos pela enchente.

Porém, por serem considerados pessoas sem nacionalidade, ficaram presos na Tailândia e suas vidas mudaram radicalmente. A exploração da madeira e as restrições ao estilo de vida, inclusive a pesca, os tornavam prisioneiros da terra.
Apesar disso, uma característica que tem resistido à mudança é a capacidade das crianças e jovens tribais de ver claramente debaixo d’água e de submergir por períodos mais longos e mais profundos.
A cientista Anna Gislén notou essa habilidade durante sua visita à área e realizou um experimento no qual a capacidade de ver das crianças Moken foi medida em comparação com as crianças europeias. Surpreendentemente, as crianças Moken foram capazes de ver linhas mais finas e difíceis de ver no fundo do oceano com facilidade, enquanto as crianças europeias tiveram problemas inicialmente, mas gradualmente desenvolveram a mesma habilidade.
A habilidade do moken de ver reside em sua capacidade de ajustar a forma de seus olhos para acomodar a luz e filtrar a luz azul. Essa habilidade é resultado de seu estilo de vida em contato com a natureza e da necessidade de estar alerta ao perigo, algo que foi obtido após uma série de mutações ao longo de muitos e muitos anos.
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