Um estudo de 2015 publicado pela Sociedade de Psicologia Social e da Personalidade lançou luz sobre um tema que tem sido debatido em incontáveis quartos e sessões de terapia. A pesquisa liderada por Amy Muise investigou a frequência do sexo e sua correlação com a felicidade nos relacionamentos. Aqui vai o essencial: mais sexo está relacionado a mais felicidade, mas apenas até certo ponto. Após ter relações mais de uma vez por semana, o medidor de felicidade para de subir. “Embora o sexo mais frequente esteja associado a maior felicidade, essa ligação não foi mais significativa com uma frequência de mais de uma vez por semana”, observou Muise.
Essa percepção surgiu de uma base robusta de dados incluindo respostas de mais de 25.000 americanos, coletadas ao longo de mais de duas décadas. A revelação? Manter a atividade no quarto uma vez por semana parece ser o suficiente. Não há necessidade de visar um encontro diário. “Nossos achados sugerem que é importante manter uma conexão íntima com o seu parceiro, mas você não precisa ter relações sexuais todos os dias, contanto que mantenha essa conexão”, revelou Muise.
A Universidade de Chicago também entrou na arena com uma pesquisa bienal de 1989 a 2012 envolvendo 11.285 homens e 14.225 mulheres. Seus resultados ecoaram os de Muise, mostrando que casais que têm relações sexuais mais de uma vez por semana não relataram camadas adicionais de felicidade em comparação com aqueles que mantiveram a frequência de uma vez por semana. Curiosamente, fatores como idade, gênero ou quanto tempo você está casado não distorceram os resultados.
Outra informação do estudo comparou a frequência sexual com os efeitos da renda sobre a felicidade. Uma pesquisa online com 335 participantes mostrou que o hiato de felicidade entre aqueles que fazem sexo menos de uma vez por mês e aqueles que fazem semanalmente foi maior do que o hiato entre pessoas que ganham entre $15.000-$25.000 e aquelas que ganham entre $50.000-$75.000 por ano. Muise apontou, “As pessoas muitas vezes pensam que mais dinheiro e mais sexo equivalem a mais felicidade, mas isso só é verdade até certo ponto.”
Mas espere, há uma reviravolta. Nem todos os profissionais médicos estão aderindo a uma teoria de tamanho único. Kameelah Phillips, MD, uma ginecologista de Nova York, traz uma perspectiva personalizada: “Cada casal é único e, contanto que tenham uma rotina acordada mutuamente e satisfação, então não há recomendação externa que se aplique.” Natasha Bhuyan, MD, uma médica de família no Arizona, ressalta que a satisfação varia muito dependendo do humor, saúde e estágios da vida. Ela enfatiza, “Há uma variação realmente ampla entre as pessoas e suas preferências.”
Além dos atos típicos de intimidade como sexo, muitos descobrem que abraçar, acariciar e beijar preenchem o tanque emocional tão bem quanto. Além disso, não é tudo sobre testosterona, que, embora ligada à libido, varia dramaticamente de um indivíduo para outro. Casais do mesmo sexo também podem experimentar dinâmicas diferentes, um aspecto que esses estudos deixaram de lado, pois se concentraram principalmente em relacionamentos heterossexuais.
Portanto, embora os dados possam sugerir atingir o número mágico de uma vez por semana, a verdadeira conclusão parece depender da satisfação mútua e da preferência pessoal, apresentando um retrato muito mais personalizado da felicidade no relacionamento.