Você já se perguntou de onde veio o asteroide que exterminou os dinossauros? Os cientistas acreditam que finalmente resolveram este enigma cósmico, e a resposta nos leva a uma jornada até os confins do nosso sistema solar.
Vamos contextualizar: há 66 milhões de anos, a Terra era um lugar muito diferente. Dinossauros dominavam a terra, criaturas estranhas nadavam nos mares e os céus eram povoados por répteis voadores. Então, num piscar de olhos (geologicamente falando), tudo mudou. Um enorme asteroide, com cerca de 10 quilômetros de largura, colidiu com o que hoje é a Península de Yucatán, no México. O impacto foi catastrófico, criando uma cratera de 180 quilômetros de largura e desencadeando uma cadeia de eventos que acabaria com o reinado dos dinossauros.
Durante anos, os cientistas debateram a origem desta devastadora rocha espacial. Seria um asteroide próximo? Um cometa do sistema solar externo? Agora, graças a um trabalho investigativo inteligente e um toque de química espacial, os pesquisadores acreditam ter encontrado a resposta.
Em um estudo publicado na revista Science, uma equipe de pesquisadores examinou pequenas quantidades de um elemento chamado rutênio em amostras de rochas de todo o mundo. O rutênio é raro na Terra, mas comum em certos tipos de meteoritos. Ao analisar os isótopos específicos (ou variações) de rutênio nas rochas da época do impacto, bem como de outros períodos da história da Terra, os cientistas fizeram uma descoberta surpreendente.
O rutênio encontrado nas amostras da extinção dos dinossauros correspondia a um tipo de meteorito chamado condrito carbonáceo. Acredita-se que essas rochas espaciais se formem no sistema solar externo, além da órbita de Júpiter. Isso significa que o asteroide que extinguiu os dinossauros provavelmente veio de muito mais longe do que se pensava anteriormente.
Mas o que exatamente é um condrito carbonáceo? Esses meteoritos são alguns dos objetos mais antigos e primitivos do nosso sistema solar. Eles são repletos de compostos orgânicos e minerais ricos em água, sendo um pouco como cápsulas do tempo cósmicas dos primeiros dias da formação do nosso sistema solar. O fato de que um objeto assim foi responsável pela extinção dos dinossauros adiciona uma camada extra de ironia cósmica à história.
O local do impacto, conhecido como cratera de Chicxulub, há muito tempo é reconhecido como o marco zero para este evento cataclísmico. Localizada parcialmente na Península de Yucatán e parcialmente submersa, a cratera é um lembrete claro de quão vulnerável a vida na Terra pode ser a acidentes cósmicos. O impacto do asteroide liberou energia equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima, causando uma perturbação climática global e exterminando cerca de 75% das espécies de plantas e animais na Terra.
Esta nova pesquisa não apenas resolve um enigma histórico; também tem implicações para nosso entendimento da história da Terra e das ameaças potenciais futuras. Ao saber que tipo de objeto causou tamanha devastação no passado, os cientistas podem avaliar melhor os riscos representados por diferentes tipos de asteroides e cometas que possam cruzar o caminho da Terra no futuro.