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Orcas afundam outro barco após ataque de quase 1 hora

Lucas R.

Publicado em

Orcas afundam outro barco após um ataque de quase 1 hora
Ataques de orcas a barcos no Estreito de Gibraltar alarmam cientistas e marinheiros, indicando um comportamento aprendido surpreendente.

Orcas, também conhecidas como baleias assassinas, têm mostrado uma notável escalada em suas interações com atividades marítimas humanas, particularmente no estreito trecho de água que separa Espanha e Marrocos conhecido como Estreito de Gibraltar. Esta região tornou-se o epicentro de uma série de comportamentos agressivos que não apenas intrigaram os pesquisadores, mas também levantaram sérias preocupações para os marinheiros que atravessam essas águas movimentadas.

Inicialmente, as interações eram esporádicas, mas, ao longo dos últimos dois anos, elas se tornaram mais frequentes e significativamente mais perigosas. Um incidente recente no Dia das Bruxas destaca dramaticamente essa tendência alarmante: um iate polonês, o Grazie Mamma, foi sitiado por um grupo de orcas por aproximadamente 45 minutos. O ataque infligiu danos substanciais ao leme do iate, levando finalmente ao seu naufrágio enquanto se aproximava do porto de Tânger-Med em Marrocos. Felizmente, todos os membros da tripulação foram evacuados em segurança, evitando um desfecho potencialmente trágico.

Além disso, este episódio não é um caso isolado. Desde 2020, o Estreito de Gibraltar tem testemunhado um aumento nos confrontos iniciados por orcas. Pelo menos outros três barcos tiveram destinos semelhantes, com o afundamento mais recente registrado em maio de 2023. Em outro evento arrepiante, um iate teve seu leme arrancado com precisão, um testemunho da crescente ousadia e destreza estratégica das orcas.

Curiosamente, esse padrão de comportamento parece ter se originado de um grupo particular de orcas, com uma chamada White Gladis, que pode ter sofrido uma colisão traumática com um barco no passado. Isso sugere que as orcas são não apenas capazes de aprender a partir de experiências individuais, mas também de transmitir esses comportamentos aprendidos através do grupo. Observações indicaram que as orcas podem estar ensinando umas às outras as táticas mais eficazes para danificar barcos, o que revela um nível extraordinário de aprendizado social e inteligência.

Enquanto esses incidentes têm se limitado principalmente à região ao redor do Estreito de Gibraltar, uma orca solitária foi relatada atacando um iate na costa da Escócia. Este evento isolado, a mais de 3.000 quilômetros de distância, levanta a questão de se tais comportamentos poderiam se espalhar além do grupo local no sudoeste da Europa.

O padrão de ataques a barcos é apenas um aspecto da adaptabilidade surpreendente das orcas. Em outra parte do mundo, na costa da África do Sul, duas orcas conhecidas como Port e Starboard têm mostrado uma estratégia de caça particularmente especializada. Eles se tornaram notórios por matar tubarões brancos ao extrair habilmente seus fígados, um comportamento recentemente documentado também na Austrália.

Esses desenvolvimentos capturaram a atenção da comunidade científica e das autoridades marítimas. Eles refletem uma interação complexa de comportamento aprendido, dinâmicas sociais e talvez mudanças no ambiente marinho que ainda não são totalmente compreendidas. Como tal, destacam a necessidade de pesquisas aumentadas para entender as motivações e implicações desses comportamentos.

As implicações dessas mudanças no comportamento das orcas são múltiplas. Elas afetam a segurança das atividades marítimas e apresentam novos desafios para conservacionistas e gestores da vida selvagem. É crucial abordar esses desenvolvimentos com uma estratégia proativa e informada que leve em conta o bem-estar tanto dos marinheiros quanto das próprias orcas, garantindo que as águas permaneçam seguras para todos. [LiveScience]

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.