Um incidente notável no Estreito de Gibraltar chamou a atenção para a complexa relação entre humanos e orcas em ambientes marinhos. Em outubro de 2023, um iate polonês enfrentou um encontro sem precedentes com um grupo de orcas que resultou no naufrágio da embarcação próximo ao porto de Tânger Med, no Marrocos.
O ataque, que durou 45 minutos, evidenciou o poder extraordinário e o comportamento coordenado desses mamíferos marinhos. Apesar das tentativas de intervenção da Marinha Marroquina e de várias embarcações de resgate, o iate sofreu danos significativos após os golpes persistentes das orcas no leme, o que causou vazamentos irreparáveis.
Os operadores do iate, a Morskie Mile, compartilharam sua experiência nas redes sociais: “Ontem, no Estreito de Gibraltar, no início da tarde, nosso iate foi atacado por um grupo de orcas. Elas atingiram o leme por 45 minutos, causando grandes danos e um vazamento.” Felizmente, a tripulação conseguiu chegar em segurança à Espanha, sem ferimentos.
Este evento destaca as características distintas das orcas em comparação com outros predadores marinhos. Enquanto especialistas em tubarões explicam que até mesmo grandes tubarões-brancos geralmente evitam contato com humanos e podem ser afastados empurrando seus focinhos sensíveis com nadadeiras de mergulho, as orcas demonstram padrões de comportamento mais complexos. Sua alta inteligência e estrutura social tornam suas interações com embarcações particularmente notáveis.
O histórico de interações entre orcas e humanos apresenta um contraste intrigante. Embora não haja registros de mortes de humanos causadas por orcas em estado selvagem, quatro mortes foram registradas envolvendo orcas em cativeiro. Essa diferença estatística destaca o impacto potencial do cativeiro sobre esses mamíferos marinhos altamente inteligentes.
A embarcação, conhecida como *Grazie Mamma II*, havia servido como palco para inúmeras aventuras marítimas antes de seu infeliz fim. Segundo a declaração da Morskie Mile: “Navegamos com este iate pelos lugares mais lindos da Europa e dos arquipélagos atlânticos, treinamos inúmeros timoneiros, descobrimos lugares belos e desconhecidos, experimentamos especialidades mediterrâneas.”
A organização desde então tem trabalhado para garantir a continuação de seus cruzeiros planejados nas Ilhas Canárias, organizando embarcações alternativas por meio de sua rede de contatos. “Estamos trabalhando para garantir que os próximos cruzeiros nas Ilhas Canárias ocorram conforme planejado nos iates de nossos amigos”, anunciaram, demonstrando seu compromisso em manter suas operações marítimas, apesar do revés significativo.
Este incidente adiciona-se à crescente documentação de interações entre orcas e embarcações na região, gerando maior atenção de biólogos marinhos e organizações de segurança marítima que estudam esses padrões de comportamento das populações de orcas.