Onda de incêndios causa caos na região de Ribeirão Preto

por Lucas Rabello
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Nessa sexta-feira, 23 de agosto de 2024, a região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, está enfrentando uma série de desafios críticos devido a uma onda de incêndios que afetou diversas rodovias e áreas rurais. As condições climáticas extremas, caracterizadas por uma estiagem prolongada e temperaturas elevadas, criaram um cenário propício para a propagação rápida das chamas.

Impacto nas Rodovias

As principais rodovias da região foram severamente afetadas, levando a interdições e condições perigosas de visibilidade. A Arteris ViaPaulista e a EcoNoroeste, concessionárias responsáveis por trechos importantes, tiveram que implementar bloqueios totais em várias rodovias, incluindo:

  • SP-255 (Rodovia Antônio Machado Sant’Anna) em Cravinhos
  • SP-334 (Rodovia Cândido Portinari) em Jardinópolis e Brodowski
  • SP-333 (Rodovia Carlos Tonani) em Barrinha
  • SP-255 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) no km 98 em Barrinha

Essas interdições resultaram em congestionamentos significativos e exigiram a implementação de medidas de segurança extraordinárias.

Medidas de Segurança e Orientações

As autoridades rodoviárias, em conjunto com a Polícia Militar Rodoviária, adotaram o sistema de comboio para garantir a segurança dos usuários em trechos críticos. Além disso, todas as interdições foram devidamente sinalizadas, e mensagens de alerta foram exibidas nos painéis eletrônicos ao longo das rodovias.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) emitiu um comunicado urgente, recomendando que os motoristas evitassem as rotas afetadas sempre que possível e buscassem alternativas seguras para seus deslocamentos. A agência também enfatizou a importância de os condutores permanecerem atentos às atualizações constantes sobre as condições de tráfego.

Impactos Além das Rodovias

Os incêndios não se limitaram às margens das rodovias, afetando também áreas urbanas e rurais próximas. Em Sertãozinho, por exemplo, um incêndio de grandes proporções às margens da Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322) forçou a evacuação de funcionários de uma usina nas proximidades.

O setor educacional também foi afetado, com a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Sertãozinho optando por cancelar as aulas presenciais no período noturno e adotar o formato online para garantir a segurança dos estudantes e evitar prejuízos acadêmicos.

Consequências e Riscos

Além dos transtornos no tráfego e na rotina da população, os incêndios apresentaram riscos significativos à segurança pública. Na Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), a fumaça densa causou um engavetamento envolvendo sete veículos, resultando em ferimentos em duas pessoas.

Posicionamento do Setor Agrícola

A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) emitiu uma nota repudiando o que classificou como incêndios criminosos. A entidade, que representa mais de 12 mil produtores de cana no país, reafirmou o compromisso do setor com as diretrizes do protocolo agroambiental “Etanol Mais Verde”, que proíbe o uso de fogo na colheita da cana.

A Orplana enfatizou que os produtores de cana-de-açúcar e as usinas não são responsáveis pelos incêndios e, na verdade, atuam ativamente para proteger suas produções do fogo. A organização destacou que os incêndios não apenas prejudicam o meio ambiente e a segurança das pessoas, mas também impactam negativamente a rentabilidade dos produtores rurais.

Diante da gravidade da situação, toda a cadeia de produção da cana-de-açúcar na região se mobilizou contra os incêndios. A Orplana mencionou o apoio à campanha de combate e prevenção a incêndios da ABAG/RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), que trabalha proativamente para evitar ocorrências de fogo no campo.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.