Oceano Atlântico pode ser engolido por ‘Anel de Fogo’

por Lucas Rabello
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Imagine o Oceano Atlântico, essa imensa extensão de água abraçando os EUA e a Europa, desaparecendo num passe de mágica. Parece enredo de um filme de grande sucesso, certo? Mas a ciência está trazendo algumas reviravoltas reais. João Duarte, cientista especialista em placas tectônicas da Universidade de Lisboa, Portugal, está liderando uma equipe que está espiando por baixo das ondas e o que eles estão encontrando é nada menos que surpreendente.

Sob o Estreito de Gibraltar, onde a Espanha acena amigavelmente para o Marrocos, há uma zona de subducção. Para aqueles de nós que não têm um diploma em geologia, isso é onde as placas da Terra jogam um jogo de ‘quem afunda quem’. Atualmente, a placa africana está se esgueirando por baixo da placa euroasiática, mas aqui está o ponto chave – ela está se movendo a passo de tartaruga.

Oceano Atlântico pode ser engolido por 'Anel de Fogo'

Mas e se essa tartaruga de repente ganhasse um impulso turbo? Duarte e sua equipe estão acenando bandeiras vermelhas, sugerindo que novas zonas de subducção poderiam literalmente engolir oceanos. E sim, o Atlântico pode estar no cardápio. “Temos boas razões para pensar que o Atlântico está começando a fechar”, Duarte revela ao Mail Online. É como se os fundos oceânicos estivessem em uma gigantesca esteira rolante, sendo puxados de volta para o manto da Terra, aproximando os continentes como convidados desajeitados de uma festa.

Atualmente, a ação de subducção sob o Estreito de Gibraltar se estende por cerca de 200 quilômetros. Mas avance 20 milhões de anos, e poderíamos vê-la se estender por impressionantes 800 quilômetros. A equipe não tirou esses números da cartola; eles estiveram brincando com modelos de computador, simulando a história de vida da zona de subducção e seu futuro.

O modelo de computador prevê que essa zona vai se deslocar para oeste, iniciando um novo sistema de subducção no Atlântico apelidado de ‘Anel de Fogo’. Conforme a zona de subducção continua, a bacia do Atlântico vai encolher, fechando as portas para o oceano como o conhecemos.

Publicado na revista Geology, seu estudo sugere que essa zona de subducção pode ser a maneira da Terra de manter as coisas interessantes, mostrando como essas zonas podem começar em um oceano e invadir outro. “A invasão de subducção é provavelmente um mecanismo comum de iniciação de subducção em oceanos do tipo Atlântico e um processo fundamental na evolução geológica recente da Terra”, explicam os pesquisadores.

Então, enquanto todos nós estamos relaxando com o Oceano Atlântico, tirando aquelas fotos de pôr do sol dos sonhos, a Terra tem seus próprios planos a longo prazo. E daqui a alguns milhões de anos, nossos descendentes podem estar olhando para uma nova vista oceânica completamente diferente.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.