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O tamanho da sua pupila está ligado à sua inteligência, de acordo com um estudo

Lucas R.

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Pupilas podem indicar habilidades cognitivas; estudos recentes mostram relação entre tamanho e cérebro afiado.

Você já parou um momento para pensar nas suas pupilas, aqueles pequenos pontos pretos no centro dos seus olhos? Embora seja conhecimento comum que elas se ajustam à luz, há muito mais nelas. De fato, nossas pupilas podem ser como pequenas janelas, dando pistas sobre nossos sentimentos, mostrando quando estamos cansados e possivelmente até revelando quando talvez não estejamos sendo totalmente sinceros. E agora, de acordo com pesquisas recentes, elas também podem ser indicadores de quão afiados são nossos cérebros.

A ideia central é esta: quanto maior a pupila, mais afiado pode ser o cérebro. Isso não é apenas um pensamento fantasioso; é respaldado por pesquisas. Estudos recentes exploraram a relação entre o tamanho da pupila e certas habilidades cognitivas. Mas, como em muitas áreas de estudo, as águas se tornaram um pouco turvas. Algumas pesquisas mostraram que um tamanho de pupila de base maior estava positivamente ligado a habilidades cognitivas mais altas. No entanto, outros estudos contradiziam isso, levando a uma mistura de resultados que deixava os pesquisadores confusos. Vale a pena notar que muitos desses estudos tinham tamanhos de amostra limitados, o que poderia ter impactado suas descobertas.

O tamanho da sua pupila está ligado à sua inteligência, de acordo com um estudo

Mas, como muitas vezes acontece no mundo da ciência, uma nova perspectiva pode esclarecer as coisas. Dois psicólogos do Instituto de Tecnologia da Geórgia entraram em cena com uma hipótese. Eles acreditavam que os resultados inconsistentes de estudos anteriores poderiam ter sido devido a algo tão simples quanto condições de iluminação. Então, eles decidiram testar essa teoria, garantindo que as condições de seu estudo tivessem uma iluminação constante e fraca.

Seu método? Eles reuniram mais de 500 participantes, todos com idades entre 18 e 35 anos, e começaram a trabalhar. Usando uma câmera potente e um computador, mediram meticulosamente as pupilas de cada participante. Dado que nossas pupilas se dilatam ou contraem naturalmente com base na luz ao redor, manter um ambiente com iluminação fraca era essencial.

Com tudo pronto, eles fizeram com que alguns dos participantes realizassem várias tarefas cognitivas. Essas tarefas foram projetadas para avaliar três habilidades cognitivas principais: inteligência fluida (nossa capacidade de pensar rapidamente e de forma flexível), capacidade de memória de trabalho (quão bem podemos reter informações por curtos períodos) e controle de atenção (nossa habilidade de focar nossa atenção onde é necessário).

E o que eles descobriram? Em todas as tarefas, os participantes com pupilas de base maiores tiveram um desempenho consistentemente melhor. Isso mesmo, aqueles com pupilas maiores pareciam ter uma vantagem cognitiva.

Agora, você pode estar se perguntando sobre o porquê dessas descobertas. Por que o tamanho da pupila teria alguma conexão com a função cerebral? Embora a pesquisa não tenha estabelecido uma relação direta de causa e efeito, os psicólogos têm uma teoria. Eles suspeitam que esteja relacionado ao locus coeruleus, uma pequena área situada em nosso tronco cerebral superior. Esta pequena região tem vastas conexões neurais em todo o nosso sistema nervoso central. Não só está ligado às mudanças em nosso tamanho de pupila, mas também desempenha um papel fundamental na organização da atividade cerebral para tarefas complexas.

Juntando tudo, os pesquisadores sugerem que um locus coeruleus bem funcional pode ser a ponte conectando pupilas maiores e melhor desempenho nas tarefas. Eles teorizam que indivíduos com habilidades elevadas podem ter um estado mais “pronto para agir” mesmo em repouso. Essa prontidão pode estar ligada a níveis ótimos de atividade no locus coeruleus. Além disso, esses indivíduos podem ser melhores em alternar entre diferentes estados mentais, uma habilidade que se alinha com a “teoria de redefinição de rede” da função do locus coeruleus.

Portanto, nossas pupilas, aquelas partes aparentemente simples dos nossos olhos, podem estar revelando mais sobre nossas habilidades cognitivas do que jamais imaginamos. Então, da próxima vez que você se olhar no espelho, reserve um momento para apreciar esses pequenos pontos pretos. Eles estão trabalhando duro e podem ser uma janela para o poder do seu cérebro!

O estudo foi publicado na Cognition

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.