Nas áreas metropolitanas, não é incomum encontrar indivíduos promovendo uma nova religião ou mesmo indo de porta em porta tentando converter pessoas.
No entanto, isso é menos provável se alguém pertencer a uma comunidade remota ou isolada. Foi o que aconteceu em 2018, quando John Allen Chau, um cristão de Vancouver, Canadá, se aventurou em uma ilha no Oceano Índico para apresentar o cristianismo à população indígena mais isolada do mundo – os habitantes da Ilha Sentinela do Norte.
Criado em uma família cristã, Chau era um entusiasta do ar livre, apaixonado por caminhadas, acampamentos e viagens. Ele compartilhou suas experiências nas redes sociais e, após uma viagem ao México no colégio, enfatizou a importância de os cristãos saberem defender sua fé. Ele acreditava que estar preparado para responder a perguntas e abordar argumentos era essencial ao se envolver com aqueles que poderiam desafiar suas crenças.
Durante seus anos de colégio, Chau descobriu o povo sentinela, caçadores-coletores que residiam na Ilha Sentinela do Norte. Como uma das últimas tribos isoladas da Terra, a ilha estava fora do alcance de forasteiros sem permissão.
Apesar dos riscos, Chau decidiu embarcar em uma missão em novembro de 2018 para levar o cristianismo aos sentinelas. Em uma carta aos pais, ele reconheceu o perigo e pediu-lhes que não culpassem os ilhéus ou Deus se ele fosse morto.
Para se aproximar da ilha, ele pagou aos pescadores locais 25.000 rúpias (cerca de US$ 302) para transportá-lo secretamente.
Chau conseguiu chegar à ilha e tentou fazer contato com os habitantes oferecendo peixes e uma bola de futebol de presente. Ele se apresentou e proclamou seu amor por eles e por Jesus. No entanto, quando os sentinelas começaram a amarrar flechas em seus arcos, Chau entrou em pânico e recuou para seu barco.
Tragicamente, acredita-se que Chau tenha sido atingido e morto por flechas logo após a chegada. Mais tarde, pescadores relataram ter visto um corpo, presumivelmente de Chau, sendo enterrado na praia.
Após sua morte, a família de Chau compartilhou uma postagem no Instagram perdoando seus assassinos e lembrando-se dele como um “amado filho, irmão e tio”, bem como um dedicado missionário cristão.