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O que aconteceria com o planeta se um meteoro caísse?

Leonardo Ambrosio

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Com tanta "sujeira" espacial flutuando pelo espaço, não é de se descartar que um dia, desafortunadamente, a Terra possa se chocar contra um meteorito.

A ideia de que o nosso planeta pode ser atingido por um asteroide de grandes dimensões no futuro normalmente encontra espaço apenas nos filmes de ficção científica. No entanto, a verdade é que foi justamente um evento catastrófico como esse que varreu da Terra a última espécie a atingir o topo da cadeia alimentar antes dos seres humanos – os dinossauros. Um novo evento como esse pode demorar muitos anos para acontecer, mas está longe de ser descartado.

Com tanta “sujeira” espacial flutuando pelo espaço, não é de se descartar que um dia, desafortunadamente, a Terra possa se chocar contra um meteorito. E o que aconteceria com todos nós caso isso acontecesse?

Previsões e medidas de segurança

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Como sabemos, a NASA está sempre de olho em qualquer tipo de ameaça que possa colocar nosso planeta em risco. Por isso, provavelmente a agência estaria ciente da possibilidade de impacto com um meteorito. E como a agência costuma revelar informações mesmo de asteroides e meteoritos que passam a anos-luz da Terra, imagine o que seria feito caso a agência percebesse que o risco de sermos dizimados por um “presente indesejado” do espaço.

De qualquer forma, pouco poderíamos fazer depois de receber a notícia de que um meteorito está se aproximando. Construir fortalezas subterrâneas e bunkers pode não ser tão fácil quando você tem apenas alguns meses para se preparar para uma catástrofe, e no final das contas somente o que nos restaria seria rezar.

Cá entre nós, talvez tenha sido mais fácil para os dinossauros – que não faziam ideia do que estava por acontecer.

A aproximação

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Se vamos todos ser dizimados, que pelo menos seja com um belo espetáculo, certo?

Bem, antes fosse assim. Infelizmente, só conseguiríamos ter algum tipo de visual do meteorito quando ele chegasse a aproximadamente 24 horas de distância da superfície da Terra. E mesmo assim, seria bem difícil distingui-lo de uma estrela qualquer.

À medida em que ele fosse se aproximando, obviamente, ele ficaria maior. Mas quando o pontinho no céu se tornasse visível mesmo durante a luz do dia, estaríamos a apenas cinco minutos da explosão final. Pouco tempo para aproveitar o “espetáculo”, não?

Também vale ressaltar que, como o meteorito estaria viajando muitas vezes mais rápido que a velocidade do som, não conseguiríamos ouvir absolutamente nada até que ele finalmente se chocasse contra a superfície da Terra.

O momento do impacto

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Existem meteoritos de todos os tamanhos imagináveis perdidos pela imensidão do Universo conhecido, e evidentemente o estrago causado pelo impacto depende diretamente da dimensão do meteorito que estamos falando. Se tomarmos como exemplo o que gerou a extinção dos dinossauros, com aproximadamente 10km de diâmetro, temos um impacto incapaz de destruir a Terra em pedacinhos. Tampouco poderia tal explosão acabar com toda a vida no nosso planeta, mas sem sombra de dúvidas a humanidade sofreria uma morte lenta e torturante durante um bom tempo.

A energia provocada pelo encontro do meteorito com o solo faria com que o próprio objeto fosse vaporizado, bem como uma grande quantidade de massa do solo. Detritos e restos da explosão seriam arremessados pelo planeta inteiro, com muitos inclusive saindo de órbita. Parte destes detritos voltariam para a Terra, em forma de uma “chuva” de blocos gigantes de pedra em chamas, causando incêndios e destruição por onde caíssem.

Praticamente toda a vida existente no gigantesco raio da explosão cessaria em instantes, e a outra parte morreria em decorrência dos incêndios e consequências do impacto. Para nós, seres humanos, até mesmo o som provocado pela explosão estouraria os nossos tímpanos e, se não causasse a morte, causaria pelo menos um sofrimento indescritível. O vento também seria arrastado de forma a diminuir à nada os prédios e a vegetação em até 1000km de distância.

Mas a outra parte do mundo não estaria livre…

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Mesmo longe da explosão, você conseguiria ouvi-la, e provavelmente enfrentaria severos terremotos ou tsunamis. As mudanças na atmosfera terrestre também provocariam incêndios descontrolados em nossa vegetação, fazendo com que mesmo depois do fim do “show”, se de alguma forma você  tiver conseguido sobreviver, morreria algum tempo depois por falta de alimentos, alterações na temperatura, chuvas ácidas e etc. Caso os detritos lançados ao espaço bloqueassem a passagem dos raios solares, por exemplo, nosso planeta enfrentaria uma grande queda de temperatura, varreria com grande parte dos humanos que ainda tivessem conseguido sobreviver.

E se ele caísse na água?

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É natural que pensemos que o impacto seria muito mais devastador caso atingisse diretamente a terra firme. No entanto, quando pensamos em um objeto de dimensões gigantescas, as coisas não são bem assim.

Mesmo que nosso “amigo” caísse na Fossa das Marianas, local mais profundo do nosso oceano, pelo menos ao que se conhece até hoje, nada seria capaz de frear o poder destrutivo do meteorito. Com 11km de profundidade, em algum momento o meteorito certamente bateria na superfície terrestre, mesmo com a resistência da água. E a partir deste momento, a destruição começaria a mostrar sua face.

Possível “reconstrução”

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Muitas análises feitas por cientistas afirmam que os dinossauros não morreram diretamente a partir do impacto do meteorito, e sim foram sofrendo declínios em sua população ao longo do tempo. As espécies herbívoras acabaram ficando sem alimento por conta do dano à vegetação, enquanto os carnívoros tinham cada vez menos presas para caçar.

Obviamente, como seres humanos, nosso destino poderia ser diferente, e não é de se descartar que encontrássemos uma forma de reverter a situação. No entanto, seria necessário um grande esforço em conjunto para que a espécie humana não fosse completamente extinta ao longo do tempo. E a vida nunca mais seria a mesma, visto que teríamos que reconstruir toda a forma de vida humana na Terra.

O cenário, podemos imaginar, seria apocalíptico. Nada de satélites, televisão, rádio ou Internet. A eletricidade também deixaria de existir, e tudo precisaria ser reconstruído. O pior de tudo, no entanto, seria a falta de comida. Assim como os dinossauros, enfrentaríamos uma escassez muito grande de comida, e com grande parte da vegetação comprometida, provavelmente a nossa dieta se resumiria a outros animais sortudos o bastante para ter sobrevivido à explosão.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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