Atualmente, a transfusão sanguínea é um procedimento bastante comum, realizado amplamente no mundo inteiro. Mas se hoje ela é consideravelmente segura e não oferece tantos riscos à saúde do paciente, desde que feita de forma adequada, nem sempre foi bem assim.
No passado, como os médicos não faziam ideia da diferença entre os tipos sanguíneos, vários procedimentos terminavam de forma drástica, levando à morte milhares de pessoas. Isso porque, ao receber um sangue incompatível com aquele que circula em nossas veias, nosso organismo pode passar por efeitos e reações fatais.
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Mas o que de fato acontece quando recebemos uma transfusão a partir de um doador com sangue diferente do nosso?
Bem, a resposta depende das peculiaridades da situação.
Como você talvez já tenha estudado na escola ou em algum outro momento da sua vida, os seres humanos podem ter sangue do tipo O, A, B ou AB.
Se o seu sangue é do tipo O, saiba que ele é “tolerável” por todos os outros tipos sanguíneos, e justamente por isso é conhecido como o “doador universal”. Por outro lado, o sangue AB aceita qualquer outro tipo, e por isso é chamado de “receptor universal”. O sangue do tipo A só é tolerado pelo próprio tipo A e pelo AB, ao mesmo tempo em que o B pode ser doado apenas para pessoas que também possuem tipo B ou AB. Já os portadores do tipo AB, apesar de serem receptores universais, podem ser doados apenas para outras pessoas que possuam o mesmo tipo sanguíneo.
O quadro abaixo pode lhe ajudar a entender:
- Sangue Tipo O -> Pode ser doado para todos; Pode receber apenas sangue Tipo O.
- Sangue Tipo AB -> Pode ser doado apenas para AB; Pode receber todos.
- Sangue Tipo A -> Pode ser doado para A e AB; Recebe Tipo A e O.
- Sangue Tipo B -> Pode ser doado para B e AB; Recebe apenas tipo A e O.
Quando essas regras não são respeitadas, o paciente pode enfrentar o que é chamado de Reação Hemolítica Aguda, que pode surgir logo após a transfusão, e muitas vezes leva à morte, principalmente quando não tratada adequadamente. O problema é que, mesmo com tratamento, o paciente pode enfrentar severos problemas nos rins, desenvolver sintomas semelhantes com uma gripe e, em alguns casos, também não está descartada a chance de morte.
Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.