O coma é um estado caracterizado pela ausência de consciência pelo paciente durante um espaço prolongado de tempo, podendo durar várias semanas, e até meses. Trata-se de uma condição que exige tratamento e acompanhamento médico delicado, e pode inclusive evoluir para um estado vegetativo permanente em alguns casos. Sem tratamento médico, ou caso uma pessoa em coma leve muito tempo para começar a ser tratada adequadamente, são muitas as complicações possíveis. Vários fatores podem levar alguém ao estado de coma, incluindo lesões na cabeça, impactos fortes, abuso de álcool e drogas e até mesmo diabetes, infecções e outros tipos de doença.
Mas o que acontece exatamente enquanto uma pessoa está em estado de coma?

Não são poucos os relatos e até mesmo citações em obras literárias e cinematográficas que abordam o tema do coma, quase sempre do ponto de vista do paciente, que nestas obras costuma “viajar” para uma outra realidade.
O fato é que, apesar do estado de coma aparentar se tratar de um “sono prolongado”, ele na verdade funciona de forma totalmente diferente no nosso cérebro. É possível, sim, que uma pessoa em coma desenvolva uma realidade totalmente alternativa durante este período, ainda que isso não seja uma máxima para todos os casos. Muitas vezes, o paciente segue conseguindo receber informações e percepções sobre o “mundo externo”, ainda que não consiga interpretá-los da forma correta ou reagir a elas.
O estado de coma retira do corpo humano a capacidade de perceber os estímulos externos, incluindo os nossos sentidos. Por isso, normalmente o paciente de coma não é capaz de sentir dor, ainda que esteja passando por algum tipo de enfermidade grave que provoque dor extrema.
Efeitos do coma no restante do corpo
Como já dissemos, o estado de coma é provocado normalmente por danos envolvendo o cérebro, mas isso não significa que o restante do corpo esteja livre de seus efeitos negativos. Como efeito “colateral” do período prolongado em repouso, é normal que pacientes em coma desenvolvam as chamadas úlceras de pressão, provocadas pela falta de oxigenação adequada na superfície da pele, comum em pessoas que ficam por tempo consideravelmente longo em camas hospitalares.
Além disso, os músculos podem sofrer sérios danos e até mesmo tornarem-se atrofiados por conta do tempo em inatividade. [10 fatos sobre o corpo humano que na verdade são mitos]
Reações involuntárias
Além das lesões nos músculos, o coma pode provocar reflexos aleatórios e involuntários no corpo do paciente. Por isso, não é incomum que acompanhantes pensem que seus entes queridos estão acordando do coma, quando na verdade estão apenas tendo um reflexo involuntário. Estes reflexos podem ser percebidos na forma de braços ou pernas se mexendo, ou até mesmo de reações emocionais – como gritos, choros e risadas.
Reflexos no sistema imunológico
Outro fator de risco para pacientes em coma é a queda considerável no sistema imunológico, que pode acarretar o agravamento da condição que provocou o coma ou gerar novas condições patológicas. É comum, por exemplo, que pacientes em coma tenham maior propensão a desenvolver pneumonias. O ambiente hospitalar e o fluxo de médicos, funcionários e visitantes pode também representar um potencial risco para a saúde do paciente.
E depois do coma?
Ao contrário do que as obras de ficção costumam mostrar nos cinemas, uma pessoa que acaba de se recuperar de um estado de coma muitas vezes leva dias para recobrar todos seus sentidos e adquirir novamente a capacidade de realizar todas suas atividades sozinha. Ações simples como vestir-se, usar talheres e caminhar podem ser um pouco difíceis no começo da readaptação do paciente.
A maioria das pessoas que entra em estado de coma consegue voltar a viver normalmente após o tratamento médico. No entanto, entre os que se recuperam, existe um grande número de pacientes que precisam passar por terapias para sentirem-se à vontade e confiantes para realizar certas atividades do dia a dia.