Em uma missão revolucionária que custou aproximadamente 1,16 bilhões de dólares (cerca de 6,4 bilhões de reais), a NASA recentemente abriu uma cápsula contendo uma amostra inestimável do asteroide Bennu. Esta incrível jornada, que levou anos para ser concluída, deu aos cientistas uma rara oportunidade de estudar material do início do sistema solar.
A história começa com a sonda OSIRIS-REx, uma espaçonave projetada para orbitar Bennu, mapear sua superfície e coletar amostras. Após estudar cuidadosamente o asteroide, a sonda pousou com sucesso na superfície de Bennu e coletou rochas e poeira antes de fazer sua longa viagem de volta à Terra.
Quando a cápsula de amostras finalmente retornou, a excitação tomou conta das instalações da NASA. No entanto, o caminho para a descoberta não foi tão suave quanto os cientistas esperavam. Ao tentar abrir a cápsula, eles encontraram um desafio inesperado: os parafusos da tampa estavam presos.
Agora, você pode pensar que abrir uma cápsula seria uma tarefa simples para as brilhantes mentes da NASA. Mas esta não era uma cápsula qualquer. Ela foi projetada para ser completamente estéril a fim de proteger a integridade das amostras no interior. Isso significava que os cientistas não podiam usar qualquer ferramenta para abri-la. Eles tinham que seguir diretrizes rigorosas para garantir que as amostras permanecessem livres de contaminação.
Diante desse obstáculo, a equipe não desistiu. Em vez disso, eles colocaram suas habilidades de resolução de problemas em ação. Durante semanas, eles projetaram e construíram novas ferramentas multi-partes especificamente para essa situação única. Após três longos meses de cuidadoso planejamento e trabalho, eles finalmente conseguiram abrir a cápsula e começar a examinar seu precioso conteúdo.
O interior do asteroide Bennu
O próximo passo foi desmontar o Mecanismo de Aquisição de Amostras de Toque e Captura, ou TAGSAM. Esta complexa peça de equipamento continha as rochas e poeira coletadas de Bennu. Eileen Stansbery, uma chefe de divisão no Centro Espacial Johnson, elogiou os esforços da equipe, dizendo: “Nossos engenheiros e cientistas trabalharam incansavelmente nos bastidores por meses… A inovação e dedicação desta equipe foram notáveis.”
Quando o conteúdo foi finalmente revelado, os cientistas ficaram maravilhados. Seus suspiros de espanto ecoaram pelo laboratório ao verem pela primeira vez o material do asteroide. Mas o que tornou essa amostra tão especial?
A análise inicial mostrou algo surpreendente sobre Bennu. O asteroide parecia não ter condrulos definitivos, que são pequenos grãos redondos encontrados em muitos meteoritos. Essa ausência sugeria que a água já havia fluído pelo asteroide, alterando sua composição.
Sara Russell, uma pesquisadora de meteoritos do Museu de História Natural de Londres, explicou que essa alteração aquosa teria destruído quaisquer condrulos que pudessem estar presentes originalmente. No entanto, a história não termina aí. A equipe de Russell encontrou alguns objetos semelhantes a condrulos na amostra. Esses objetos poderiam ser de outra rocha que se misturou ao material de Bennu ou poderiam ter escapado de alguma forma da alteração pela água.
Essa descoberta é empolgante porque desafia nossas suposições sobre os asteroides. Se esses objetos se revelarem verdadeiros condrulos, isso significaria que a população de asteroides é mais diversa do que os cientistas acreditavam anteriormente. Como Russell coloca, “O que estamos aprendendo de Ryugu e Bennu é que há muitos asteroides por aí que são semelhantes, mas não correspondem exatamente aos meteoritos em nossas coleções.”
Por enquanto, os cientistas estão cautelosamente se referindo a essas descobertas como “objetos semelhantes a condrulos” até que possam realizar estudos mais detalhados. Essa abordagem cuidadosa destaca a natureza meticulosa da pesquisa científica, especialmente quando se lida com amostras literalmente de outro mundo.