O motivo assustador pelo qual é obrigatório que escadas rolantes tenham escovas nas laterais

por Lucas Rabello
106 visualizações

Quem nunca subiu numa escada rolante, olhou para os lados e se perguntou: “o que diabos são aquelas cerdas pretas de nylon?”. A primeira impressão pode levar a conclusões engraçadas. Tem até quem acredite que são para limpar os sapatos durante o trajeto – até descobrir, da pior maneira, que o resultado é justamente o oposto. Imagine só: um dia, após seguir essa “dica”, alguém desce da escada com um par de tênis novinhos marcados por uma faixa preta de graxa. Aprendizado doloroso, mas eficaz.

Mas vamos além da anedota. As escadas rolantes escondem vários mistérios de engenharia que passam despercebidos no dia a dia. Por exemplo: por que os degraus têm aquelas ranhuras paralelas? E por que o corrimão sempre parece mais rápido que os degraus? E, claro, qual é a verdadeira função das famosas cerdas laterais?

As ranhuras dos degraus: muito mais que um design

O youtuber Zack D. Films, especializado em explicar curiosidades tecnológicas, fez uma simulação em vídeo para desvendar o segredo. Ele mostrou que, quando os degraus circulam, as ranhuras se alinham com uma placa dentada (chamada de “placa de pente”) no topo da escada. Essa placa se encaixa nas ranhuras como um quebra-cabeça, bloqueando a entrada de objetos pequenos – como cadarços, pontas de guarda-chuvas ou até moedas – que poderiam cair nas engrenagens e causar acidentes ou danos mecânicos. Resumindo: é um sistema de segurança que evita que a escada “engula” itens soltos.

O corrimão apressadinho: uma questão de equilíbrio

Agora, sobre o corrimão que sempre parece ganhar uma corrida dos degraus: a resposta está na física do corpo humano. A empresa Deysse, fabricante de peças para escadas rolantes, explica que o corrimão é propositalmente 1-2% mais rápido que os degraus. O motivo? Quando pisamos na escada, a velocidade sob os pés aumenta de repente, e o corrimão ligeiramente mais rápido ajuda a puxar nosso centro de gravidade para frente, evitando que o corpo se desequilibre para trás. Pode parecer irritante, mas é uma medida de segurança que reduz quedas, especialmente para idosos ou pessoas com dificuldade de mobilidade.

O motivo assustador pelo qual é obrigatório que escadas rolantes tenham escovas nas laterais

A razão pela qual as escadas rolantes têm escovas nas laterais é estranhamente por segurança

E as cerdas laterais? Não é o que você imagina

Voltando às cerdas pretas: muita gente acha que elas servem para proteger a máquina de sujeira ou objetos. Na realidade, elas têm um nome oficial – “escovas de segurança” – e uma função bem específica: afastar sapatos, roupas e acessórios das laterais da escada. O perigo está na estreita faixa entre os degraus móveis e a estrutura fixa (chamada de “saia da balaustrada”). Se um sapato, cadarço ou até a barra de uma calça encostar nessa região, o risco de ser arrastado para o mecanismo interno é real.

Mas aqui vem o detalhe curioso: as cerdas não são fisicamente capazes de impedir que algo fique preso. Elas funcionam mais como um alerta tátil. Ao roçar nelas, nosso instinto natural é afastar o pé ou a perna da lateral, mantendo uma distância segura. Ou seja, é um aviso silencioso para não ficar colado nas bordas.

Acidentes reais mostram o perigo

O perfil “Untold Facts” no TikTok alertou que um dos maiores motivos de acidentes em escadas rolantes é justamente pessoas que se aproximam demais das laterais. Um usuário relatou um caso assustador: o vestido longo dela prendeu na saia da balaustrada, deixando manchas de graxa impossíveis de remover. Em situações mais graves, já houve casos de sapatos sendo arrastados, ferindo dedos ou até causando fraturas.

Por isso, a próxima vez que usar uma escada rolante, lembre-se: mantenha os pés afastados das laterais, segure bem o corrimão e, claro, ignore a tentação de “testar” as cerdas pretas. Elas estão lá para avisar, não para limpar – e definitivamente não são um desafio de equilíbrio.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

Você não pode copiar conteúdo desta página