Em um conto arrepiante que certamente fará você pensar duas vezes antes da sua próxima aventura aquática, desenrola-se a saga de Eileen e Tom Lonergan. A escapada deste casal que se tornou um pesadelo até ganhou destaque no filme de tirar o fôlego, “Mar Aberto”, dirigido por Chris Kentis.
Então, o que aconteceu? Eileen e Tom, uma dupla vinda de Baton Rouge, Louisiana, EUA, estavam desfrutando das maravilhas da Austrália, uma parada em sua viagem de volta de Fiji e Tuvalu. A data? 25 de janeiro de 1998.
Eileen, aos 28 anos, não é uma mergulhadora qualquer; ela tem a experiência, o tipo de experiência que faz a Grande Barreira de Coral parecer uma piscina infantil. E Tom? Aos 34 anos, ele é mais o cônjuge que acompanha, persuadido a vestir uma roupa de mergulho por sua metade aventureira. Seu destino: a famosa maravilha de corais, um local obrigatório de mergulho que está na lista de desejos de todo mergulhador.
A aventura começa com o casal, mais 24 outros buscadores de emoção, embarcando no Outer Edge. O capitão deste navio? Um sujeito chamado Geoffrey ‘Jack’ Nairn. Seu curso é definido a 60 km da costa, onde as maravilhas do oceano aguardam. Após um dia imerso em êxtase submarino, uma contagem de cabeças sinaliza que é hora de voltar. Mas é aqui que as coisas ficam obscuras – Eileen e Tom, de alguma forma, não comparecem à chamada.
Dois dias depois, uma bolsa ligada aos Lonergans aparece no barco. É o tipo de pista que te faz pensar, “Uh-oh”. Cai a ficha para todos – o casal emergiu para encontrar o Outer Edge apenas como um ponto no horizonte. Pânico total! Uma enorme operação de busca é lançada, vasculhando o vasto mar, mas o casal? Desapareceu.
Um mês se passa, e uma roupa de mergulho do tamanho de Eileen aparece na costa do norte de Queensland. Ela tem cicatrizes de batalha de escaramuças com corais. Não muito depois, coletes de mergulho, tanques e uma das nadadeiras de Eileen juntam-se à sinistra linha de detritos oceânicos. Apesar dos achados sombrios, não há nada que sugira um fim macabro. Diferente do frenesi de tubarões em “Mar Aberto”, o enredo da vida real não desvia para o território de “Tubarão”.
Mas aqui vai uma reviravolta – um pescador se depara com uma prancheta de mergulho a 160 km do local inicial do mergulho. Gravado está uma mensagem que soa como um grito do abismo: “[Se]gunda-feira, 26 de janeiro; 1998 08h. Para qualquer um [que] possa nos ajudar: Fomos abandonados no Recife Agincourt pelo MV Outer Edge em 25 de janeiro de 98 às 15h. Por favor, nos ajudem a resgatar antes que morramos. Socorro!!!”
Esta nota pinta um quadro angustiante – os Lonergans, vivos um dia após o abandono, se apegando à esperança. O desfecho? O capitão do Outer Edge enfrenta acusações de homicídio culposo. Ele joga a culpa, alegando que um membro da tripulação errou a contagem quando dois passageiros decidiram dar um mergulho improvisado. No final, o júri fica ao lado dele, e ele é absolvido. Mas sua empresa, assolada pela culpa da negligência, desmorona no esquecimento.
Então, da próxima vez que as águas abertas chamarem, lembre-se dos Lonergans. Sua história, um lembrete sombrio da natureza implacável do mar, sussurra cautela àqueles que ousam mergulhar em suas profundezas.