Já ouviu falar do Mary Celeste? Imagine isso: 5 de dezembro de 1872, meio do Oceano Atlântico. O navio britânico Dei Gratia tropeça em um navio fantasma, o Mary Celeste, balançando a cerca de 640 quilômetros a leste dos Açores, Portugal. Vazio. Nenhum membro da tripulação à vista.
O comandante do Dei Gratia, David Morehouse, sabia que algo estava errado. Afinal, o Mary Celeste havia zarpado para a Itália oito dias antes dele e deveria estar apreciando um expresso perto dos canais agora. Rapidamente, ele enviou sua tripulação para investigar.
Onde estão todos à bordo do Mary Celeste?
Agora, preste atenção – o Mary Celeste não estava apenas vazio. Estava estranhamente intacto. Os pertences da tripulação? Ainda lá. Os suprimentos do navio? Suficiente para seis meses, intocado. A carga? 1.701 barris de álcool industrial, todos contabilizados. A única coisa que faltava era a tripulação, desaparecida sem deixar vestígios, junto com um único bote salva-vidas.
Então, o que aconteceu? A verdade é que ninguém sabe. A história do Mary Celeste se transformou em um duradouro enigma marítimo, provocando teorias mais selvagens que o papagaio de um pirata. Piratas, monstros marinhos, até mesmo a própria tripulação de Morehouse – todos foram apontados como possíveis culpados. Mas nenhum realmente se sustenta.
Pense nisso. Os piratas não teriam deixado toda aquela valiosa carga para trás, teriam? A tripulação de Morehouse, navegando em um navio mais lento, não poderia ter alcançado e atacado. E motim? Não explica a ausência de sinais de conflito a bordo.
Investigando o mistério
Existem algumas teorias que podem ter algum peso. Vamos mastigar isso: E se o Mary Celeste estivesse enfrentando águas turbulentas (o que o diário do navio confirma), e com uma bomba quebrada, o capitão superestimou quanto água estava entrando? Ele poderia ter ordenado que abandonassem o navio, temendo um destino de naufrágio?
Ou, aqui vai outra ideia. E se uma explosão causada pela carga de álcool assustou o capitão a ponto de ele ordenar a evacuação? Claro, não havia sinais de fogo, mas alguns desses 1.701 barris estavam vazios.
Avanço rápido para 2006. Uma equipe corajosa liderada pelo Dr. Andrea Sella, do Departamento de Química da University College London, decide testar essa teoria. Eles criam um mini Mary Celeste, simulando barris de madeira com gás butano e cubos de papel. Boom! A experiência deles desencadeia uma ‘explosão de onda de pressão’, um espetáculo de chamas seguido por ar fresco e sem fuligem.
“A explosão teria sido suficiente para explodir as escotilhas e teria sido completamente aterrorizante para todos a bordo”, explica o Dr. Sella. Será que a tripulação poderia ter abandonado o navio como precaução, apenas para ser engolida pelos mares tempestuosos e nunca mais ser encontrada?
Apesar das evidências convincentes, é um mistério marítimo que provavelmente nunca desvendaremos completamente. Ainda assim, o conto do Mary Celeste ainda cavalga as ondas de nossa imaginação, um navio fantasma perdido para sempre nos mares abertos do mistério e especulação.