Michael Clark Rockefeller, herdeiro de uma das famílias mais famosas dos EUA, desapareceu sem deixar vestígios na região de Asmat, no sudoeste da Nova Guiné, em 1961, aos 23 anos. Ele era filho de Nelson A. Rockefeller, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, e neto de John D. Rockefeller, o magnata do petróleo. Recém-formado pela Universidade de Harvard, Michael tinha gosto pela aventura e curiosidade por culturas distantes, particularmente pela misteriosa tribo Asmat.
Depois de uma breve passagem pelo Exército dos EUA, Michael decidiu explorar a Nova Guiné. Ele se envolveu em um documentário chamado Dead Birds, que despertou seu interesse pela tribo Asmat, conhecida por suas esculturas em madeira intricadas e reputação feroz. Sete meses após sua chegada, Michael e o antropólogo holandês René Wassing estavam navegando em uma canoa de 12 metros em águas turbulentas. Estavam a cerca de 5,5 quilômetros da costa quando o desastre aconteceu. O mar agitado virou a canoa, deixando os dois à deriva no vasto Mar de Arafura.
Wassing optou por ficar com a canoa virada, esperando por resgate, mas não Michael. Ele decidiu nadar, acreditando que poderia percorrer a distância. Wassing foi resgatado mais tarde, mas Michael nunca mais foi visto. Oficialmente, foi declarado morto por afogamento, mas o mistério de seu desaparecimento gerou inúmeras teorias, cada uma mais selvagem que a outra.
Uma teoria sugere que Michael chegou à costa, apenas para encontrar um fim horrível nas mãos da tribo canibal Asmat, que supostamente “dançou em seu sangue” após consumi-lo. Outra ideia postula que os tubarões o atacaram antes de ele chegar à terra. E há a noção romântica de que Michael decidiu abandonar sua vida privilegiada e se misturar à selva, vivendo entre a tribo.
Esta última teoria ganhou alguma força quando, uma década após o desaparecimento de Michael, a National Geographic visitou o clã Asmat. Malcolm Kirk, que estava documentando a tribo, supostamente capturou imagens de um homem branco remando uma canoa ao lado dos guerreiros Asmat. No entanto, o próprio Kirk era cético, atribuindo talvez a um membro albino da tribo em vez do desaparecido Rockefeller.
O cineasta Fraser Heston, em seu filme de 2011 The Search for Michael Rockefeller, mergulhou mais fundo no mistério. Ele destacou uma cena intrigante de um homem barbudo e de pele clara remando com os guerreiros Asmat. A semelhança do homem com Michael, que era conhecido por suas habilidades de canoagem e barba, era impressionante. Heston não afirmou que era Michael, mas sugeriu que levantava mais perguntas do que respondia.
Mais de seis décadas se passaram desde o desaparecimento de Michael Rockefeller. Se ele estivesse vivo hoje, teria cerca de 86 anos. As teorias sobre seu destino variam do horrível ao romântico, mas a verdade permanece elusiva.
A misteriosa foto
Cerca de uma década depois, um projeto da National Geographic trouxe mais intriga. Uma foto da expedição capturou um homem de pele clara e barbudo entre os guerreiros Asmat em uma canoa. Essa imagem gerou especulações: poderia ser Rockefeller, que também era um habilidoso canoeiro e tinha barba? Malcolm Kirk, o fotógrafo, ao revisitar seu diário, notou uma menção a um homem albino, mas permaneceu cético sobre a identidade da figura em sua foto.
Fraser Heston, cineasta documentarista, aprofundou-se mais nesse mistério em seu filme de 2011, The Search for Michael Rockefeller. Ele sugeriu que a foto “levanta mais perguntas do que respostas”, apontando a semelhança inquietante com Rockefeller.
Somando-se à narrativa sinistra, Carl Hoffman, autor do livro Savage Harvest, sobre o desaparecimento de Rockefeller, comentou sobre a natureza ominosa das últimas fotos de Rockefeller. Ele disse: “Então, nessa loucura, estranheza assustadora, Michael havia fotografado as pessoas que mais tarde o matariam.”
A Família Rockefeller
A família Rockefeller é uma das mais proeminentes e influentes dos Estados Unidos, com uma história que remonta ao final do século XIX. John D. Rockefeller, o patriarca da família, fundou a Standard Oil Company em 1870, transformando-a na maior empresa de petróleo do mundo. Sua fortuna monumental fez dele o homem mais rico de sua época, e sua influência se estendeu por muitos setores da economia e da sociedade americanas.
Além de sua riqueza, os Rockefellers são conhecidos por seu compromisso com a filantropia. John D. Rockefeller estabeleceu várias fundações e doou grande parte de sua fortuna para causas educacionais, científicas e de saúde pública. Entre as instituições mais notáveis financiadas pela família estão a Universidade de Chicago, a Rockefeller University e o Museu de Arte Moderna de Nova York.
A influência dos Rockefellers também se estendeu à política. Nelson A. Rockefeller, filho de John D. Rockefeller Jr., serviu como vice-presidente dos Estados Unidos sob a presidência de Gerald Ford, de 1974 a 1977. Ele também foi governador de Nova York por quatro mandatos consecutivos, onde implementou várias reformas e projetos de infraestrutura significativos.
Os Rockefellers mantiveram um perfil público distinto, frequentemente envolvido em questões ambientais e de conservação. Laurance Rockefeller, irmão de Nelson, foi um defensor apaixonado da preservação ambiental e desempenhou um papel fundamental na criação de parques nacionais e áreas protegidas nos Estados Unidos. Sua paixão pela natureza refletiu-se em suas inúmeras iniciativas para promover a conservação ambiental.