Homem morre queimado após ‘combustão espontânea’ sem explicação do motivoHomem morre queimado após 'combustão espontânea' sem explicação do motivo

por Lucas Rabello
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Em dezembro de 2010, um caso peculiar em Galway, na Irlanda, chamou a atenção internacional quando Michael Faherty, um residente de 76 anos, foi encontrado morto em sua casa sob circunstâncias misteriosas que levaram a uma decisão inédita de “combustão humana espontânea”.

Os eventos ocorreram às 3 da manhã quando o vizinho de Faherty foi alertado por um alarme de incêndio. Ao investigar, ele percebeu fumaça saindo da residência de Faherty e tentou contato batendo na porta da frente. Sem resposta, ele procurou ajuda de outro vizinho, e os serviços de emergência foram rapidamente acionados para o local.

A investigação revelou vários elementos intrigantes. Gerry O’Malley, o subchefe dos bombeiros, não encontrou evidências de acelerantes ou de crime. A lareira, embora ativa, foi descartada como fonte de ignição. Observações de segurança mostraram que ninguém entrou ou saiu do local antes da descoberta do corpo de Faherty.

O exame médico apresentou seu próprio conjunto de mistérios. Dr. Ciaran McLoughlin, o legista, observou que o fogo causou danos tão extensos aos órgãos de Faherty que determinar uma causa precisa da morte se mostrou impossível. No entanto, a investigação estabeleceu que a morte não foi por insuficiência cardíaca.

Após uma consideração cuidadosa das evidências, Dr. McLoughlin tomou uma decisão extraordinária em seus 25 anos de carreira: registrou oficialmente a causa da morte como “combustão humana espontânea”. Ele reconheceu que não havia “nenhuma explicação adequada” para o ocorrido.

A comunidade científica mantém uma postura cética em relação à combustão humana espontânea. Mike Green, um professor de patologia aposentado, ofereceu sua perspectiva profissional sobre o caso de Faherty e incidentes semelhantes. Ele desafiou o termo “espontâneo”, sugerindo que sempre há uma fonte de ignição, como um fósforo ou cigarro, que muitas vezes é destruída no incêndio resultante.

“Há uma fonte de ignição em algum lugar, mas como o corpo está tão destruído, a fonte não pode ser encontrada”, explicou Green à BBC. Ele observou que esses casos seguem um padrão consistente que surpreende até mesmo cientistas forenses e equipes de resgate experientes. Green defende explicações mais práticas, apontando que, se a combustão espontânea fosse um fenômeno natural, ocorreria com mais frequência e em diversas situações.

O consenso científico argumenta que a verdadeira combustão humana espontânea seria documentada mais regularmente em todo o mundo se fosse um fenômeno genuíno, aparecendo em várias localizações e circunstâncias, em vez do número limitado de casos atualmente registrados.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.