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Os polos magnéticos estão se invertendo. E agora?

Leonardo Ambrosio

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Nas últimas semanas, o assunto da inversão dos polos magnéticos da Terra tomou conta das discussões nas redes sociais. Saiba o que é verdade.

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Nas últimas semanas, a partir do compartilhamento na Internet do excerto de um livro falando sobre a inversão dos polos magnéticos da Terra, o assunto tomou conta das discussões nas redes sociais. Para muitos, a constatação de que os nossos polos estão, realmente, trocando de lado, é como um presságio do fim do mundo, com previsões dignas de filmes de apocalipse.

Faça algumas pesquisas na Internet e você encontrará diversas pessoas prevendo desastres como a queda de satélites do espaço, um surto de doenças como câncer e tumores, e até mesmo o fim da vida como a conhecemos na Terra. Até que ponto será que tudo isso pode realmente acontecer?

De acordo com a ‘National Geographic’, que recentemente publicou um material sobre o assunto, é fato que os polos estão se movendo e em algum momento poderão estar totalmente invertidos. Entretanto, quando os polos realmente trocarem de lado, nem tudo será como alguns supõem.

Para começo de conversa, é importante lembrar que esse movimento não é nenhuma novidade quando olhamos para a história do nosso planeta. Ao longo dos últimos 20 milhões de anos, o norte magnético da Terra já trocou de posição várias vezes – de forma arredondada, podemos dizer que isso ocorre a cada 200 ou 300 mil anos. Mas de acordo com a ciência, a última vez que os polos estiveram totalmente invertidos em relação à posição que apresentam hoje em dia foi há cerca 780 mil anos.

Tudo isso nos leva a crer que o Norte e o Sul continuarão no lugar onde estão hoje em dia por bastante tempo. Mas a questão é que, se realmente eles trocarem de posição no futuro, isso não trará consequências tão imediatistas como alguns propõem.

As informações que temos sobre o passado do nosso planeta mostram que nas últimas vezes que os polos trocaram de lado o movimento foi bastante lento. Isso quer dizer que as consequências se espalharam ao longo dos anos, e não ocorreram todas de uma vez só. Isso pode significar que se, no futuro, a humanidade precisar se preparar para a inversão dos polos, poderemos ter bastante tempo para isso. Não é como se do dia para a noite você acordasse e seus sistemas de geolocalização se perdessem completamente.

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Mas seria imprudente dizer que essas alterações não trariam nenhuma consequência. O campo magnético da Terra é responsável por nos proteger de partículas que constantemente estão rondando pelo espaço, e que podem ser potencialmente perigosas para nós. Qualquer mudança na conjuntura atual pode significar uma maior quantidade de radiação entrando em nosso planeta, aumentando de fato os nossos riscos de desenvolver doenças como o câncer. Outra consequência direta desta alteração nos polos seria vista com clareza em animais que utilizam o campo magnético da Terra para se localizar e locomover – caso dos salmões, tartarugas marinhas e alguns tipos de pássaros. Essas criaturas poderiam enfrentar uma série de problemas para viver suas vidas com naturalidade, pelo menos por algum tempo.

A questão é que, como muitos especialistas cansam de dizer, os seres humanos possuem uma série de problemas maiores para se preocupar, como a emissão de gases tóxicos na atmosfera. Isto é, antes de nos preocuparmos com algo que pode levar centenas de milhares de anos para acontecer, poderia ser mais prudente focar os esforços em agredir menos o nosso próprio meio-ambiente, para que no futuro tenhamos um planeta mais seguro para todos nós.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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