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Novo vírus descoberto nas profundezas da Fossa das Marianas

Lucas R.

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Novo vírus descoberto nas profundezas da Fossa das Marianas
Novo vírus na Fossa das Marianas expande nosso conhecimento sobre biodiversidade marinha e vírus em ambientes extremos.

Mergulhe nas profundezas misteriosas da Fossa das Marianas e você encontrará um mundo repleto de formas de vida que desafiam nosso entendimento convencional. Recentemente, cientistas fizeram uma descoberta revolucionária que adiciona uma nova camada a esse ecossistema enigmático — um novo vírus que chama a Fossa das Marianas de lar. Essa descoberta não apenas expande nosso conhecimento sobre a biodiversidade da fossa, mas também abre questões intrigantes sobre o papel dos vírus em ambientes extremos.

O foco está em um bacteriófago recém-identificado, um tipo de vírus que ataca especificamente bactérias. Bacteriófagos, ou simplesmente “fagos,” são considerados os organismos mais abundantes na Terra. Onde quer que as bactérias floresçam, você pode apostar que os fagos não estão muito atrás. Uma equipe internacional de pesquisa desenterrou esse fago em particular de amostras de sedimento coletadas a uma profundidade impressionante de 8.900 metros. Segundo Min Wang, um membro da equipe de pesquisa, “Este é o fago isolado mais profundo conhecido no oceano global.”

Batizado como vB_HmeY_H4907, acredita-se que esse novo vírus pertença a uma nova família de sifovírus, caracterizados pelo seu DNA de fita dupla. Ele ataca bactérias Halomonas, um gênero comumente encontrado em ambientes de mar profundo e fontes hidrotermais. Essas bactérias são atores cruciais em seus ecossistemas, tornando a descoberta de seu contraparte viral ainda mais significativa.

Para aprofundar a relação entre o fago e seu hospedeiro bacteriano, os pesquisadores realizaram uma análise genômica abrangente. As descobertas foram surpreendentes. Não apenas esse fago é amplamente distribuído no oceano, mas também exibe comportamento lisogênico. Em termos mais simples, o fago integra seu DNA no genoma do hospedeiro. Quando as bactérias hospedeiras se replicam, o DNA viral também é copiado, garantindo sua sobrevivência e propagação. Esse mecanismo fascinante pode oferecer pistas vitais sobre como tanto o fago quanto seu hospedeiro se adaptaram às condições severas da Fossa das Marianas.

Mas a história não termina aqui. A equipe de pesquisa já está se preparando para estudos adicionais para explorar as interações moleculares entre vírus de mar profundo e seus hospedeiros. Eles também estão interessados em estender sua busca a outros ambientes extremos. O objetivo final? Ampliar nosso entendimento da interação complexa entre vírus e vida microbiana no mar profundo e além.

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Publicado na revista Microbiology Spectrum, este estudo serve como um testemunho convincente da diversidade inexplorada que se esconde nas águas mais profundas do mundo. À medida que continuamos a explorar o reino enigmático da Fossa das Marianas, descobertas como esse novo vírus oferecem vislumbres tentadores da complexa teia de vida que existe em lugares que estamos apenas começando a entender.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.