Nova filmagem chocante do submersível Titan mostram a extensão dos danos, com a parte frontal da embarcação implodida sendo revelada

por Lucas Rabello
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Imagens recentes dos destroços do submersível Titan foram reveladas durante uma audiência pública que investiga a implosão ocorrida em junho de 2023. As imagens, apresentadas pela Guarda Costeira dos EUA, oferecem um vislumbre sombrio dos restos da embarcação que tirou a vida de cinco pessoas. Os destroços, encontrados no fundo do oceano, parecem incluir a porta e a vigia frontal do submersível, servindo como um lembrete marcante da tragédia que se desenrolou.

Essas novas evidências se somam ao vídeo previamente divulgado em 22 de junho de 2023, que mostrava o cone de cauda do submersível no fundo do mar. O vídeo, capturado a uma profundidade de 3.775 metros, revelou danos significativos à estrutura, com o logotipo da OceanGate ainda visível na lateral do cone de cauda.

Comunicações e Momentos Finais

Entre as evidências apresentadas estão mensagens de texto recuperadas entre aqueles a bordo do Titan e seu navio de apoio. Essas trocas sugerem que a tripulação relatou estar “tudo bem” em algumas de suas comunicações finais. Essas informações fornecem uma visão arrepiante dos momentos que antecederam a implosão catastrófica.

Testemunho de Denunciantes

A audiência, que deve durar duas semanas, inclui o depoimento de 24 testemunhas, sendo que dez delas são ex-funcionários da OceanGate. Uma dessas testemunhas, David Lochridge, afirma ter levantado preocupações de segurança sobre o submersível desde 2018. Lochridge declarou que foi “muito vocal” sobre suas preocupações, mas foi “ignorado em todas as ocasiões” ao apresentá-las à empresa.

De acordo com Lochridge, ele não tinha “nenhuma confiança” na forma como o Titan estava sendo construído. Ele criticou o que percebia como “arrogância” dentro da empresa e descreveu o CEO Stockton Rush como tendo tendências de “controlador”. Lochridge chegou a dizer que a implosão era “inevitável”, dados os passos que foram ignorados durante o desenvolvimento do submersível.

Questões Técnicas e de Segurança

A audiência trouxe à tona vários detalhes preocupantes sobre a construção e operação do Titan. Foi revelado que o submersível, construído em 2020, era “não registrado, não certificado e não classificado”, além de não possuir um número de identificação. Além disso, seu casco nunca foi submetido a verificações de terceiros, e a embarcação teria sido deixada exposta aos elementos por períodos prolongados.

Em uma revelação surpreendente, foi divulgado que partes do Titan foram “unidas usando um adesivo” em 2017, o mesmo ano em que a OceanGate anunciou seus planos de realizar viagens ao local do naufrágio do Titanic. Além disso, o depoimento de Tony Nissen, ex-diretor de engenharia da OceanGate Expeditions, indicou que o Titan foi atingido por um raio durante uma missão de teste em 2018.

Pressão e Isenções

A investigação também destacou a pressão dentro da OceanGate para preparar o submersível para os mergulhos. Quando questionado sobre isso, Nissen confirmou sentir “100%” de pressão para preparar o Titan para a água. Também foram levantadas questões sobre o processo de isenção para os passageiros, com Bonnie Carl, ex-diretora de recursos humanos e finanças da OceanGate, testemunhando que, embora estivesse ciente de uma isenção, ela “nunca viu ninguém assinar nada”.

À medida que a audiência continua, promete-se descobrir mais detalhes sobre os eventos que levaram à tragédia e as práticas dentro da OceanGate. A investigação visa examinar todos os aspectos da perda do Titan, incluindo conformidade regulatória, qualificações da tripulação, sistemas mecânicos e protocolos de resposta a emergências, em um esforço para prevenir incidentes similares no futuro.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.