Ao longo dos últimos anos, os cientistas vêm percebendo que o Polo Norte Magnético da Terra está migrando lentamente para a Rússia, a um ritmo que cada vez aumenta mais. Recentemente, no entanto, um grupo de pesquisadores parece ter identificado o motivo pelo qual isso está ocorrendo.
O campo magnético da Terra, que afeta diretamente serviços como o GPS e outras tecnologias, é regido principalmente pelo fluxo de materiais no núcleo da Terra. De acordo com as novas pesquisas, neste exato momento existem duas grandes aglomerações desses materiais, empurrando uma a outra, ocasionando a movimentação no Norte Magnético.
Uma dessas “aglomerações” está localizada no Canadá, enquanto a outra está na região da Sibéria. Esta segunda, durante as últimas décadas, parece estar “vencendo” a primeira em força, provocando uma movimentação na direção da Rússia.
“Essa mudança no padrão do fluxo de materiais enfraqueceu a camada abaixo da Canadá, e aumentou levemente o poder da camada abaixo da Sibéria. É por isso que o Polo Norte deixou sua posição histórica na região ártica do Canadá. O norte da Rússia está vencendo este “cabo de guerra”, em outras palavras”, explicou Phil Livermore, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, em entrevista à ‘BBC News’.

Não é de hoje, no entanto, que essas alterações no polo magnético vem ocorrendo. Na virada do século 20, o Polo Norte Magnético da Terra estava “cravado” no Ártico do Canadá, mas nos 100 anos seguintes ele migrou cerca de 10º para o norte. Em meados de 2001, o movimento começou a se tornar mais acelerado, e já em 2019 ele havia se movimentado completamente para o norte, cruzando a chamada Linha Internacional de Data.
Esses movimentos radicais forçaram os cientistas a modificar a forma como modelam o magnetismo da Terra, o que tem um impacto considerável no desenvolvimento de tecnologias que utilizam esses fatores para funcionar.