No mundo das transformações corporativas, poucas histórias são tão impressionantes quanto a da Nokia, uma empresa cuja receita anual ultrapassa atualmente os 20 bilhões de dólares. A jornada da corporação finlandesa começou em 1865, com uma modesta fábrica de papel, processando aparas de madeira em produtos do dia a dia, como papel higiênico.
No início do século XX, a Nokia começou sua primeira grande diversificação. Em 1902, a empresa entrou no setor de geração de eletricidade e, em 1904, expandiu-se para o ramo de borracha, fabricando itens essenciais como pneus e botas. Entre as décadas de 1930 e 1990, a Nokia demonstrou sua capacidade de adaptação ao fabricar respiradores, máscaras de proteção que mais tarde seriam comparáveis às utilizadas durante a recente crise de saúde global.
Um momento decisivo ocorreu em 1967, quando três empresas se fundiram para criar a Nokia Corporation. A nova companhia operava em diversos setores, incluindo fabricação de cabos, produtos de borracha, eletrônicos e madeira. Essa consolidação abriu caminho para a entrada da Nokia no mercado de rádio e tecnologia de redes.
A era mais reconhecida da empresa começou em 1998, quando a Nokia se destacou como uma força dominante no setor de telecomunicações móveis. Naquele ano, a empresa registrou resultados financeiros impressionantes, com uma receita de vendas de 20 bilhões de dólares e lucros de 2,6 bilhões de dólares. A Nokia foi pioneira em várias inovações, incluindo um dos primeiros celulares com funções básicas de internet.
No entanto, o novo milênio trouxe desafios significativos. Em 2001, apesar de lançar seu primeiro celular com câmera integrada, a Nokia começou a enfrentar quedas nos lucros e reduções no quadro de funcionários. A situação piorou em 2004, à medida que os concorrentes ganhavam força, e o recall massivo de 46 milhões de celulares em 2007 coincidiu com o lançamento do iPhone pela Apple, complicando ainda mais a posição da Nokia no mercado.
A recessão global de 2009 marcou outro ponto de virada. De acordo com o Macrotrends, a receita anual da Nokia atingiu o pico de 57,156 bilhões de dólares naquele ano, mas começou a cair drasticamente: 56,364 bilhões em 2010, 53,844 bilhões em 2011, caindo para 38,809 bilhões em 2012 e despencando para 16,881 bilhões em 2013.
Uma mudança significativa ocorreu em 2014, quando a divisão de celulares da Nokia foi adquirida pela Microsoft por 5,60 bilhões de dólares, passando a operar como Microsoft Mobile. Esse movimento estratégico se mostrou benéfico para a sustentabilidade de longo prazo da Nokia. Desde 2016, a empresa tem mantido receitas anuais consistentemente acima dos 20 bilhões de dólares, com 2023 registrando 24,090 bilhões de dólares em receita.
Por meio de adaptações estratégicas e ajustes às mudanças do mercado, a Nokia conseguiu manter sua posição como um jogador importante no setor global de tecnologia. O foco atual da empresa em infraestrutura de telecomunicações e soluções tecnológicas representa mais um capítulo em sua contínua evolução.