NASA descobriu planeta maior que a Terra com gás “produzido apenas por vida”

por Lucas Rabello
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O Telescópio Espacial James Webb continua transformando nosso entendimento sobre mundos distantes, e uma de suas descobertas mais intrigantes é o exoplaneta K2-18 b, que despertou o interesse de astrônomos em todo o mundo.

Localizado a 124 anos-luz da Terra, esse corpo celeste foi inicialmente identificado pelo Telescópio Espacial Kepler da NASA em 2009. Porém, foi apenas com as capacidades avançadas do Webb que os cientistas começaram a revelar suas características fascinantes.

Um Ambiente Planetário Único

O K2-18 b apresenta características únicas que o diferenciam de outros exoplanetas já estudados. Com dimensões aproximadamente 2,6 vezes maiores que o raio da Terra e uma massa 8,6 vezes superior, este super-Terra orbita na chamada “zona habitável” de sua estrela anfitriã, uma anã vermelha chamada K2-18.

O exoplaneta é conhecido como K2-18 b.

O exoplaneta é conhecido como K2-18 b.

O tamanho substancial do planeta sugere uma dinâmica interna complexa, possivelmente incluindo um grande manto composto de gelo em alta pressão. As observações do telescópio Webb revelaram uma atmosfera rica em moléculas contendo carbono, como metano e dióxido de carbono, indicando condições que poderiam sustentar um vasto oceano abaixo de sua atmosfera rica em hidrogênio.

Assinaturas Químicas e Suas Implicações

O aspecto mais intrigante da análise atmosférica do K2-18 b é a possível presença de sulfeto de dimetila (DMS), um composto químico que, na Terra, é produzido exclusivamente por processos biológicos. Em nosso planeta, o DMS é originado principalmente pelo fitoplâncton presente nos ambientes marinhos, tornando sua detecção particularmente significativa para astrobiólogos.

Atmosfera no exoplaneta K2-18 b

Atmosfera no exoplaneta K2-18 b

A composição atmosférica do K2-18 b, caracterizada por proporções específicas de metano e dióxido de carbono, além da ausência notável de amônia, reforça a hipótese de que ele possa ser um mundo oceânico. No entanto, os cientistas permanecem cautelosos, considerando que as condições internas do planeta podem não ser favoráveis à vida como a conhecemos. Possibilidades incluem oceanos quentes demais para processos biológicos ou condições de pressão extrema que poderiam impedir o desenvolvimento de organismos vivos.

Ampliando os Parâmetros de Busca

A investigação do K2-18 b representa uma mudança significativa na busca por vida extraterrestre. O astrônomo Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, destaca a importância de expandir o foco para além de planetas rochosos tradicionais, incluindo os maiores mundos Hycean, que oferecem condições mais favoráveis para observações atmosféricas. Em abril de 2024, o telescópio Webb dedicou oito horas de observação ao K2-18 b, demonstrando o compromisso da comunidade científica em entender esses potenciais refúgios para a vida.

A pesquisa em andamento busca confirmar a presença de DMS e outras bioassinaturas, com cada observação contribuindo para o entendimento desses mundos distantes. Embora o K2-18 b possa não abrigar vida, ele oferece insights valiosos sobre a diversidade de ambientes potencialmente habitáveis em nossa galáxia.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.