Uma mulher de 24 anos foi a um hospital no Rio de Janeiro para dar à luz e teve a mão e o pulso esquerdos amputados, segundo uma reportagem do G1.
A mulher, que deseja manter o anonimato, estava grávida de 39 semanas quando deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá em 9 de outubro de 2020. O bebê nasceu no dia seguinte de parto normal, pesando mais de 3 kg.
Segundo familiares da jovem, devido à uma complicação após o parto, os médicos decidiram criar um acesso venoso em sua mão para introduzir medicamentos. No entanto, durante o procedimento, a jovem relatou sentir muita dor e desconforto no membro. Logo depois, sua mão ficou roxa e inchada. O quadro da jovem se agravou e os médicos decidiram transferi-la para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.
“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E então eu perguntei o que eles iriam fazer com isso. A única coisa que eles estavam fazendo era um saquinho de gel, botava no microondas, esquentava e dava pra ela. E minha filha reclamando que estava com queimação”, disse Kelly Cristina dos Santos, mãe da paciente.
Três dias após o nascimento do bebê, a família recebeu a notícia de que a mulher teria que amputar a mão. “A porcentagem seria mínima. Seria 95% de não ter a mão, e eles terem que amputar, e 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse a mãe da jovem.
Família procura explicações
O hospital lamentou o ocorrido e disse que está investigando o caso. A família busca respostas sobre o que levou à amputação e tenta entender o que aconteceu. A paciente afirma que sofre com as consequências da amputação. Ela perdeu a oportunidade de ver o filho nos primeiros dias, de amamentar, e teve que se adaptar a uma nova realidade de cuidar dos três filhos.
“Não posso dar banho no meu bebê. Não consegui amamentar meu bebê. Tem certas coisas que não posso fazer com ele, que já tinha feito com meus outros dois filhos”, disse a jovem.
A advogada que cuida do caso afirma que já entrou com uma ação contra a unidade de saúde. “Essa foi uma sequência de erros que devem ser todos investigados, nas esferas criminal, administrativa e cível. Vamos pedir as reparações pelas quais eles são responsáveis civilmente: danos estéticos, danos morais e materiais. E vamos fazer um levantamento da parte de imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal”, destacou a advogada Monalisa Gagno.
O hospital afirmou que se solidariza com a vítima e lamenta o ocorrido. A unidade informou ainda que vai apurar o caso e os procedimentos adotados durante o atendimento da jovem e disse que estará à disposição para esclarecimentos.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado como lesão corporal culposa, que está ouvindo testemunhas e que pediu documentos médicos para auxiliar nas investigações.
Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.