Imagine estar presa sob toneladas de água gelada, sabendo que o ar está acabando. Essa foi a realidade da Dra. Mary Neal, uma cirurgiã de coluna e experiente kayakista, durante um passeio que quase se tornou seu último, nos rios selvagens do Chile.
Mary, apesar de toda sua habilidade, enfrentou o imprevisível. Seu kayak foi arrastado por uma poderosa corrente e despencou por uma cachoeira. O impacto foi brutal. Ela ficou presa sob a espuma e a força implacável da água, submersa a cerca de 2,5 a 3 metros de profundidade.
A situação era crítica: o peso colossal da água e a violência da correnteza a imobilizaram por completo, impedindo qualquer tentativa de se soltar ou libertar o barco.
Num momento que desencadearia pânico em quase qualquer pessoa, Mary conta que uma calma incomum a envolveu. Sem gritos ou desespero, ela percebeu a gravidade extrema. Diante da alta probabilidade de morrer, sua reação foi interior e profunda: ela orou. Não pediu para ser salva, mas sim que a vontade de Deus prevalecesse. E então, algo extraordinário aconteceu.
No exato instante dessa prece sincera, Mary foi envolvida por uma sensação física intensa e inconfundível. Era como se braços poderosos e reconfortantes a abraçassem, transmitindo uma segurança absoluta e a certeza de que tudo, de alguma forma, ficaria bem.
Dra. Mary Neal quase morreu em um acidente de caiaque (CBN News)
Ela descreve essa experiência sem rodeios: era Jesus Cristo segurando-a. Confessar essa percepção foi difícil inicialmente, como ela mesma admite, devido àquela sensação humana comum de “não ser boa o suficiente”, mas aquele abraço divino foi um dos momentos mais belos que já viveu.
Liberta daquele turbilhão aquático, Mary sentiu-se elevada. Foi então recebida por um grupo de seres luminosos. Estranhamente familiares, eram pessoas que, segundo ela, a conheciam e amavam desde sempre, figuras fundamentais na história da sua vida. Um detalhe crucial: ela nunca sentiu uma linha divisória clara entre a vida e a morte. Em vez de um “apagão”, houve uma transição onde se sentiu mais consciente e mais viva do que nunca.
O próximo capítulo dessa jornada foi ainda mais transformador: uma revisão completa da sua vida. Não foi apenas um filme passando diante dos seus olhos. Mary revivenciou cada evento, mas com uma perspectiva radicalmente diferente.
Ela não apenas sentia suas próprias emoções originais, como também experimentava os sentimentos, pensamentos e reações de todas as outras pessoas envolvidas em cada situação. Esta imersão multidimensional foi, para ela, a parte mais impactante de toda a experiência.
E o cenário onde tudo isso ocorria? Mary usa imagens deslumbrantes para tentar descrever o indescritível. As cores eram intensas e mutantes, como as Luzes do Norte (Aurora Boreal) em sua máxima expressão. Ela avistou uma estrutura majestosa, semelhante a um domo ou catedral imensa, pulsando com uma luz própria.
Este “edifício” parecia construído não com materiais comuns, mas com fibras de amor puro – radiante, iridescente e de uma beleza hipnotizante. Milhares de almas, vibrando de alegria, rodeavam a estrutura e aplaudiam sua chegada. O magnetismo daquele lugar era avassalador; tudo que Mary desejava era permanecer ali, banhada naquela energia.
Contudo, no ápice daquele êxtase e do amor indescritível que fluía através dela, os seus guias transmitiram uma mensagem clara: ainda não era a sua hora. O retorno à realidade física foi imediato. Milagrosamente, após cerca de 30 minutos presa sob a água, colegas conseguiram resgatá-la.
Mary Neal voltou, trazendo consigo o relato vívido de uma viagem aos limites da vida e de um encontro com um reino de luz e amor além da nossa compreensão habitual. Sua história continua a intrigar e inspirar quem busca entender os mistérios que podem existir do outro lado.
Apesar do relato vívido e emocional da Dra. Mary Neal, a ciência sugere que experiências de quase-morte (EQMs) podem ser explicadas por fenômenos neurobiológicos, como a hipóxia cerebral (falta de oxigênio no cérebro), que desencadeia alucinações vívidas e sensações de transcendência.
Estudos indicam que, em situações extremas, o cérebro libera substâncias como endorfinas e DMT, que provocam visões intensas e uma falsa sensação de paz, enquanto a ativação desordenada de regiões como o lobo temporal pode simular encontros com entidades ou revisões de vida. Embora essas experiências sejam reais para quem as vivencia, não há evidências concretas de que representem um plano espiritual objetivo, e sim uma resposta adaptativa do cérebro diante da iminência da morte.