Em uma história marcante de sobrevivência e adaptação, uma jovem da Carolina do Sul, EUA, reconstruiu sua vida após um incidente devastador de automutilação induzido por drogas. Kaylee Muthart enfrentou uma situação inimaginável aos 20 anos, quando, sob o efeito de metanfetamina e alucinações severas, causou danos permanentes aos próprios olhos.
Antes do incidente, Kaylee havia sido diagnosticada com transtorno bipolar e experimentado diversas substâncias, como maconha e ecstasy. Seu uso de drogas levou a interpretações equivocadas de textos religiosos, como ela explicou à revista Cosmopolitan: “Sob o efeito de ecstasy, eu estudava a Bíblia. Interpretei muita coisa de forma errada. Convenci a mim mesma de que a metanfetamina me aproximaria ainda mais de Deus.”
Após o Dia de Ação de Graças de 2017, seu uso de drogas se intensificou, apesar de ter tentado parar “duas ou três vezes”. Embora tenha concordado em iniciar tratamento em uma clínica de reabilitação, um episódio grave induzido por drogas aconteceu antes de ela conseguir começar o processo. Durante esse episódio, Kaylee teve delírios intensos que a levaram à automutilação.
Descrevendo o evento traumático ao Daily Star, Kaylee disse: “Lembro de pensar que alguém precisava sacrificar algo importante para consertar o mundo, e essa pessoa era eu. Achei que tudo acabaria de repente e que todos morreriam se eu não arrancasse meus olhos imediatamente.” Ela então detalhou o ato: “Usei meu polegar, indicador e dedo médio em cada olho. Segurei cada globo ocular, torci e puxei até que saíssem das órbitas. Foi como uma luta imensa, a coisa mais difícil que já fiz. Como não podia mais enxergar, não sei se havia sangue. Mas sei que as drogas amorteceram a dor.”
Ela foi levada ao hospital, onde cirurgiões realizaram uma cirurgia de emergência para remover o que restava do tecido ocular. Nos anos seguintes, Kaylee compartilhou como tem aprendido a viver sem enxergar. Ela descreve as alucinações visuais que experimenta: “Quando abro a janela ou deixo uma fresta para o meu gato de manhã, fico imaginando como é lá fora. Então, quando faço isso, penso que talvez Deus me ajude a ver tudo o que perdi um dia.”
Sua adaptação à cegueira é marcada por características únicas, como ela explica: “Porque já enxerguei antes, minha mente não aceita não enxergar. Isso é chamado de alucinações visuais, e eu meio que vejo isso como Deus não me deixando na escuridão. Mesmo quando você é cego, não é escuro. Eu visualizo silhuetas do que acho que está lá. Se eu alcanço algo e está incorreto, a visão muda.”
Três anos após o incidente, Kaylee passou por uma cirurgia para receber próteses oculares que foram projetadas para combinar com a cor de seus olhos originais. Ela expressa curiosidade sobre coisas simples, dizendo: “Gostaria de ver meus entes queridos envelhecerem, ver de que cor é meu gato, que adotei depois de ficar cega. É como se alguém tentasse descrever para você como é um personagem de um programa de TV. Podem te contar todos os atributos diferentes, mas até você olhar para eles, nunca saberá.”
1 comentário
A religião evangélica sempre foi extremamente perigosa ao mundo.