Uma TikToker chamada Cherl, diagnosticada em 2012 com câncer de cólon em estágio 3 aos 44 anos, compartilhou sua experiência marcante. Após superar a doença, ela passou a conscientizar outras pessoas sobre os sinais que ignorou antes do diagnóstico.
Seu relato é um alerta importante sobre os sintomas iniciais do câncer de cólon, frequentemente confundidos com condições menos graves. Por meio de sua plataforma nas redes sociais, Cherl destacou cinco sinais específicos que precederam seu diagnóstico, ajudando a esclarecer como é possível identificar a doença mais cedo.
Mudanças drásticas nos hábitos intestinais
Um dos sinais mais marcantes que Cherl enfrentou foi a alteração irregular em seus hábitos intestinais. “Eu passava três ou quatro dias sem evacuar e, em seguida, tinha episódios de diarreia”, explicou. Esse padrão, que durou anos antes de seu diagnóstico, poderia ter revelado pólipos pré-cancerígenos se ela tivesse procurado um médico e realizado uma colonoscopia.
Embora episódios ocasionais de constipação não sejam necessariamente preocupantes, a persistência de alterações no hábito intestinal merece atenção médica. Muitos pacientes tendem a ignorar esses sintomas, considerando-os temporários, mas sua presença contínua pode indicar algo mais sério.
Sentir-se tonta devido a dores no peito
A relação entre câncer de cólon e sintomas cardiovasculares ficou evidente na experiência de Cherl, que relatou dores no peito e tonturas inesperadas. “Todo o meu sangue estava indo para os meus tumores”, explicou a seus seguidores, descrevendo o padrão assustador de sintomas que surgia durante atividades físicas.
Ela destacou que, ao realizar exercícios que aumentavam sua frequência cardíaca, sentia como se seu coração fosse “sair do peito”. Além disso, sempre que se levantava, sentia tontura. Esses sintomas cardiovasculares, embora geralmente não associados ao câncer de cólon, podem ser um efeito sistêmico importante da doença e devem ser considerados pelos profissionais de saúde durante o diagnóstico.
Dores de estômago
Embora dores abdominais sejam comuns e associadas a diversas condições digestivas, a persistência e a gravidade das dores de estômago de Cherl as tornaram um sinal de alerta. “Toda vez que eu comia algo, eu ficava enjoada. Meu estômago simplesmente doía”, relatou. O impacto foi tão significativo que ela acabou se isolando socialmente, explicando: “Chegou ao ponto de eu me tornar uma introvertida porque não conseguia sair de casa”.
A imprevisibilidade dos sintomas tornava situações sociais desafiadoras, já que ela nunca sabia quando precisaria se ausentar para ir ao banheiro. Cherl alerta que, se alguém sentir dores de estômago após duas em cada três refeições, “algo está errado”. Esse padrão constante de desconforto após as refeições merece ser investigado.
Níveis baixos de ferro
Vinte anos antes de ser diagnosticada com câncer, Cherl já havia recebido um alerta ao tentar doar sangue. Na ocasião, ela foi rejeitada pela Cruz Vermelha devido a seus baixos níveis de ferro, um detalhe que mais tarde se mostrou significativo. Segundo um estudo de 2023 conduzido por Chardalias, Papaconstantinou, Gklavas, Politou e Theodosopoulos, a anemia por deficiência de ferro é o sintoma extraintestinal mais comum em pacientes com câncer colorretal.
O estudo explica que a inflamação associada a tumores malignos leva à deficiência funcional de ferro por meio da via da hepcidina, enquanto a perda crônica de sangue causa deficiência absoluta de ferro e esgotamento das reservas do mineral. Isso mostra como a anemia pode ser um dos primeiros sinais do câncer de cólon, muitas vezes surgindo antes de outros sintomas.
Sangue nas fezes
A presença de sangue nas fezes é um dos sinais mais diretos de possíveis problemas colorretais, mas muitas vezes é atribuída a condições mais comuns. No caso de Cherl, ela inicialmente ignorou esse sintoma devido ao histórico de hemorroidas.
“Achei que fosse normal e, mais tarde, quando o câncer progrediu, o sangue ficou muito escuro, quase preto. Durante todo o tempo, eu achava que tinha uma úlcera”, relatou. A progressão de sangramentos ocasionais para sangramentos mais escuros e frequentes marcou uma mudança significativa que exigia atenção médica. Esse sintoma destaca como é fácil normalizar ou desconsiderar sinais graves, especialmente quando eles se desenvolvem gradualmente ao longo do tempo.
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O relato de Cherl é um lembrete importante sobre a necessidade de prestar atenção aos sinais do corpo e procurar ajuda médica ao notar sintomas persistentes ou incomuns. O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no tratamento do câncer de cólon.