Mulher diagnosticada com a “condição mais dolorosa conhecida pela medicina” compartilha sintoma inicial inesperado

por Lucas Rabello
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A neuralgia do trigêmeo, especialmente em sua forma atípica, é considerada uma das condições neurológicas mais desafiadoras da medicina moderna. Enquanto a forma clássica geralmente afeta apenas um lado do rosto, envolvendo o nervo trigêmeo, a variante atípica pode se manifestar com dores intensas por todo o corpo.

A condição provoca dores extremas, frequentemente descritas como choques elétricos, tornando tarefas simples do dia a dia incrivelmente difíceis para os pacientes. Profissionais da área médica documentaram que essa condição está entre as mais dolorosas registradas na literatura médica, sendo amplamente considerada como a “pior dor do mundo”.

De Uma Dor Dentária à Transformação de Uma Vida

A jornada de Emily Morton com a neuralgia do trigêmeo atípica começou em 2022, com o que parecia ser um problema dentário comum. A moradora de Adelaide, Austrália, inicialmente sentiu uma dor persistente nos dentes, o que a levou ao dentista. Contudo, os exames dentários não identificaram nenhuma causa para o desconforto.

A condição geralmente afeta o rosto (GoFundMe).

A condição geralmente afeta o rosto (GoFundMe).

Em poucos dias, a dor se espalhou para toda a região do rosto. Emily descreveu sua experiência: “Imagine um dentista perfurando todos os seus dentes 24 horas por dia, 7 dias por semana, e você não pode fazer nada para parar a dor.” A condição progrediu rapidamente, incluindo choques elétricos severos desencadeados por movimentos simples do rosto, como falar, sorrir e comer.

Entendendo a Neuralgia do Trigêmeo

A neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica que afeta o nervo trigêmeo, responsável por transmitir sinais da face ao cérebro. Na sua forma clássica, a condição geralmente afeta apenas um lado do rosto, causando dores intensas descritas como choques elétricos. Até mesmo atividades simples como escovar os dentes ou aplicar maquiagem podem desencadear episódios de dor aguda.

No caso específico da neuralgia do trigêmeo atípica, como no caso de Emily Morton, a dor pode se manifestar em todo o corpo, não se limitando apenas à região facial. Esta variante é considerada pelos médicos como uma das condições mais dolorosas conhecidas pela medicina, sendo particularmente desafiadora por não responder bem aos tratamentos medicamentosos convencionais que costumam funcionar na forma clássica da doença.

Os primeiros sinais da condição podem começar de forma sutil, como uma dor de dente persistente, conforme ocorreu com Emily. No entanto, a condição pode progredir rapidamente, evoluindo para dores intensas que afetam funções básicas como falar, sorrir e comer. Os pacientes descrevem a sensação como choques elétricos constantes, que podem ser desencadeados por qualquer tipo de contato ou movimento facial, tornando extremamente difícil realizar atividades cotidianas.

Desafios Médicos e Obstáculos no Tratamento

O caminho para gerenciar a neuralgia do trigêmeo atípica tem se mostrado particularmente complicado para Emily. Diferente da forma clássica da condição, que às vezes responde a medicamentos, sua variante apresentou pouca ou nenhuma melhora com os tratamentos convencionais.

Emily inicialmente sentiu uma dor menor antes de ela começar a se espalhar (GoFundMe).

Emily inicialmente sentiu uma dor menor antes de ela começar a se espalhar (GoFundMe).

A busca por tratamentos eficazes levou Emily e sua família a buscar consultas médicas dentro e fora da Austrália, investindo recursos financeiros significativos na tentativa de obter alívio. O impacto da condição foi tão severo que Emily, agora com 28 anos, precisou deixar de trabalhar e se mudar para a casa da mãe, alterando completamente seus planos de vida e sua rotina diária.

Uma Esperança Emergente Através da Tecnologia Médica Avançada

Emily agora tem esperança de que novas pesquisas possam ajudá-la (GoFundMe).

Emily agora tem esperança de que novas pesquisas possam ajudá-la (GoFundMe).

Um desenvolvimento potencialmente promissor surgiu na forma de uma nova técnica neurocirúrgica, conhecida como Ultrassom Focado Guiado por Ressonância Magnética, disponível na Austrália. Este procedimento inovador visa interromper os sinais de dor antes que eles cheguem ao cérebro, oferecendo uma possível solução.

No entanto, o custo do procedimento é elevado, ultrapassando os 40.000 dólares australianos (cerca de R$ 150.000), sem incluir despesas com viagem e reabilitação. A irmã de Emily organizou uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a cobrir esses custos, que recebeu um apoio significativo da comunidade, arrecadando mais de 23.720 dólares australianos (aproximadamente R$ 90.000).

O surgimento dessa opção de tratamento está alinhado com os esforços contínuos da pesquisa médica para desenvolver soluções mais eficazes para condições neurológicas complexas. Emily expressou interesse em se tornar uma defensora de outras pessoas que enfrentam condições “invisíveis” semelhantes, enfatizando a importância da pesquisa médica contínua e do acesso a cuidados de saúde de qualidade para aqueles afetados por doenças neurológicas raras.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.