Aos 43 anos, a britânica Emma Johnson, que vive em Newcastle, na Austrália, nunca imaginou que um diagnóstico médico mudaria radicalmente sua vida. Considerada saudável, ativa e cuidadosa com a própria saúde, ela recebeu a notícia de um câncer de mama em estágio quatro em janeiro deste ano — mesmo sem sentir qualquer sintoma. O caso, que surpreendeu até médicos, mostra como a doença pode se desenvolver de forma silenciosa, mesmo em pessoas que seguem rotinas preventivas.
Emma trabalha como cabeleireira e mantinha hábitos considerados exemplares: frequentava a academia diariamente, alimentava-se bem e realizava mamografias anuais desde os 40 anos, seguindo recomendações médicas. Tudo começou a mudar em dezembro de 2023, quando notou um caroço no seio durante um autoexame.
Apesar da descoberta, a avaliação inicial de um médico sugeriu que se tratava apenas de uma alteração benigna no tecido mamário. Porém, com a proximidade do Natal e a alta demanda por exames, Emma só conseguiu agendar uma mamografia e ultrassom para a primeira semana de janeiro.
Emma Johnson ficou chocada com seu diagnóstico devido ao seu estilo de vida saudável (Emma Johnson)
Os resultados foram alarmantes. Durante o ultrassom, um médico entrou na sala e alertou que a estrutura do caroço era “muito dura”, indicando alta probabilidade de ser canceroso. No dia seguinte, uma biópsia confirmou o câncer de mama duplo positivo — um tipo agressivo que responde a hormônios. Inicialmente, os médicos classificaram a doença como estágio dois, considerando-a tratável. Emma chegou a sentir alívio, mas duas semanas depois, novos exames trouxeram um golpe ainda mais duro.
Uma ressonância magnética e uma tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) revelaram que o câncer já havia se espalhado para o fígado e os gânglios linfáticos, elevando o diagnóstico para estágio quatro — considerado metastático e incurável. “O cirurgião me disse que, com o fígado afetado, não havia mais como operar”, relatou Emma em entrevista. A partir dali, o plano de tratamento mudou radicalmente: sem opções de cirurgia ou quimioterapia, ela recebeu a indicação de tomar injeções hormonais a cada 28 dias e duas pílulas diárias.
A notícia deixou Emma e a família em choque. “Chorei, perguntei: ‘Por que eu?’. Sou saudável, malho todo dia, como bem… Nunca imaginei ouvir que tenho um câncer em estágio quatro”, desabafou. A britânica admitiu que, no passado, consumia álcool socialmente — hábito que abandonou após o diagnóstico —, mas nunca associou isso a um risco iminente. Agora, ela enfrenta a incerteza sobre o futuro: os médicos estimam que ela possa viver até dois anos, mas Emma não desistiu de buscar alternativas.
Foi iniciada uma arrecadação de fundos para levar tratamento alternativo para Emma no exterior (Emma Johnson)
Junto ao parceiro e aos dois filhos dele, a família decidiu investir em uma clínica de tratamentos alternativos no México, conhecida por resultados considerados promissores em casos complexos. O local oferece terapias experimentais não disponíveis na Austrália, e eles iniciaram uma campanha para arrecadar fundos. Apesar do ceticismo de parte da comunidade médica em relação a esses métodos, a família acredita que a clínica pode prolongar a vida de Emma — mesmo que por alguns anos — e garantir mais tempo ao lado dos entes queridos.
O caso de Emma reacendeu discussões sobre a importância de exames preventivos frequentes, mesmo para quem não apresenta sintomas. Especialistas lembram que, embora a mamografia anual seja essencial, fatores como genética, mutações celulares e até a agressividade do tumor podem influenciar no desenvolvimento da doença. Para pacientes metastáticos, o acesso a tratamentos inovadores ainda é um desafio global — e histórias como a de Emma destacam a busca por esperança além das fronteiras da medicina tradicional.
Enquanto aguarda a viagem ao México, Emma segue compartilhando sua jornada nas redes sociais, alertando outras mulheres sobre a imprevisibilidade do câncer. “Não importa o quão saudável você seja: faça os exames, questione os médicos, não subestime qualquer alteração no corpo”, reforçou. Sua coragem virou símbolo de uma luta que, para muitas, ainda é invisível até o último instante.
