Mulher de 38 anos recebe dois anos de vida após sintomas de câncer serem confundidos com indigestão

por Lucas Rabello
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Uma britânica de 38 anos, moradora de Birmingham, viu sua vida mudar por completo depois que sintomas inicialmente atribuídos a uma simples indigestão se revelaram sinais de um câncer raro. Maeve Fanning recebeu neste ano o diagnóstico de timoma em estágio avançado, um tipo de tumor que afeta o timo, glândula localizada atrás do esterno.

Tudo começou no outono passado, quando Maeve passou a sentir dificuldade para se alimentar, acompanhada de uma sensação de peso no estômago e episódios de indigestão persistente. Mesmo após ser medicada, os sintomas continuaram. Pouco depois, vieram a tosse contínua e, perto do Natal, a falta de ar.

Preocupada, ela procurou novamente o médico, que solicitou exames detalhados. As imagens mostraram acúmulo de líquido nos pulmões, levando inicialmente à suspeita de câncer no sangue. No entanto, dias depois, a biópsia revelou o verdadeiro diagnóstico: timoma.

Maeve Fanning é mãe de três filhos (Maeve Fanning/Facebook)

Maeve Fanning é mãe de três filhos (Maeve Fanning/Facebook)

Uma batalha difícil contra o câncer

Maeve contou que o momento em que recebeu a notícia foi devastador. “Quando detectaram líquido nos meus pulmões e disseram que o tratamento teria de começar imediatamente, meu coração afundou”, relatou em entrevista.

Naquele período, dois de seus filhos tinham aniversários marcados para janeiro. “Corri para organizar balões e presentes antes da internação. No dia 4 de janeiro, recebi a ligação de que provavelmente tinha câncer no sangue e que já havia um leito reservado para mim. Foi de partir o coração explicar às crianças que eu não estaria presente.”

Os exames confirmaram que o câncer já havia se espalhado para o revestimento dos pulmões, classificando a doença como estágio quatro. Os médicos ofereceram quimioterapia paliativa, estimando uma sobrevida máxima de dois anos.

Maeve, mãe de Oonagh, de 9 anos, Cormac, de 5, e Ciaran, de apenas 2, decidiu não se limitar às opções convencionais e iniciou uma combinação de terapias complementares. Ela passou a realizar hipertermia, oxigenoterapia hiperbárica, infusões de curcumina e sessões de fototerapia, além da quimioterapia. Os tratamentos, feitos em clínicas privadas em Londres, exigem deslocamentos semanais e têm custos elevados.

Ela foi diagnosticada com timoma no início deste ano (GoFundMe)

Ela foi diagnosticada com timoma no início deste ano (GoFundMe)

Em uma página de arrecadação online, a própria paciente explicou: “Esses tratamentos são respaldados por evidências, mas infelizmente os valores são astronômicos. Já li muitas histórias positivas e sinto que é fundamental continuar. Estou tentando absolutamente tudo para estar viva e saudável para ver meus filhos crescerem.”

Apoio da comunidade e novos tratamentos

Amigos e familiares também se mobilizaram para ajudar. Uma das mensagens compartilhadas na página resume o impacto do diagnóstico: “Não existem palavras para descrever o tamanho desse golpe para Maeve e para sua família. Ela é uma mãe incrível e uma esposa dedicada. Todos que os conhecem sabem o quanto são generosos. Agora, precisam do nosso apoio. O NHS oferece muito, mas, diante de um estágio tão avançado, as opções são limitadas. Maeve tem uma força e resiliência extraordinárias e não para de buscar alternativas que possam mudar sua situação.”

Além das terapias complementares, Maeve deve iniciar em breve sessões de protonterapia no University College London Hospital, um tratamento de alta precisão que utiliza feixes de prótons para atacar células cancerígenas.

Ela também pretende usar sua experiência para ampliar a conscientização sobre uma possível ligação entre timoma e líquen plano, condição autoimune que havia sido diagnosticada nela um ano antes. Os especialistas investigam se há relação entre a doença e o surgimento do tumor.

O líquen plano provoca diferentes manifestações: manchas roxo-avermelhadas na pele, placas brancas na mucosa da boca, sensação de queimação e dor na cavidade oral, falhas de cabelo, lesões dolorosas na região genital, unhas frágeis e afinadas, além de marcas anulares esbranquiçadas ou arroxeadas em algumas áreas do corpo. O Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) explica que os pacientes podem apresentar apenas um desses sintomas, o que dificulta o reconhecimento imediato da condição.

Enquanto enfrenta a fase mais desafiadora de sua vida, Maeve segue lutando para prolongar o tempo ao lado da família e busca alternativas que possam oferecer novas esperanças contra o câncer raro que abalou sua rotina.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.
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