Uma jovem de 33 anos, considerada saudável, quase morreu durante um voo de longa distância — e sua experiência viralizou como alerta para um perigo invisível a bordo. Emily, conhecida como @alwayssingingmom no TikTok, embarcou em um voo direto de 13 horas de Toronto para Dubai no início do mês passado. O que parecia ser uma viagem rotineira se transformou em um pesadelo médico a mais de 10 mil metros de altitude.
Tudo começou de forma comum: Emily aproveitou o entretenimento do avião, ficando sentada por cerca de 10 horas seguidas. Quando finalmente se levantou para ir ao banheiro, sentiu uma dor aguda no peito. “Tosse três vezes, e essa foi a última coisa de que me lembro”, contou em seu relato. Desmaiou no corredor, batendo o rosto e o braço, o que resultou em um hematoma grave e um olho roxo. Ficou inconsciente por cinco minutos, mas, felizmente, havia um médico entre os passageiros e comissários treinados para emergências.
Após o pouso em Dubai, exames revelaram que Emily sofreu um êmbolo pulmonar em sela — um coágulo sanguíneo que bloqueou a artéria pulmonar principal, onde ela se divide para os dois pulmões. Segundo a Healthline, esse tipo de embolia é particularmente perigoso porque o coágulo fica alojado na bifurcação da artéria, interrompendo o fluxo de sangue para ambos os pulmões. A condição é frequentemente fatal: estimativas indicam que até 58% dos casos não são diagnosticados a tempo.
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Os sintomas incluem dor no peito que piora ao respirar, falta de ar repentina, tosse (às vezes com sangue), aceleração dos batimentos cardíacos e febre baixa. No caso de Emily, a imobilidade prolongada durante o voo foi um fator crucial. A Sociedade Americana de Hematologia alerta que ficar sentado por mais de oito horas em espaços apertados eleva o risco de trombose venosa profunda (TVP), condição em que coágulos se formam nas pernas. Se não forem detectados, esses coágulos podem se desprender e viajar até os pulmões, causando embolia pulmonar.
Além da imobilidade, outros fatores aumentam o risco: uso de anticoncepcionais hormonais (como os à base de estrogênio), gravidez, tabagismo e histórico familiar de coagulação anormal. Emily destacou que fazia terapia hormonal para perimenopausa, o que pode ter contribuído para o episódio. Após seis dias internada em um hospital de Dubai, ela se recuperou, mas precisará tomar anticoagulantes por um ano.

Coágulos sanguíneos podem ser fatais.
Seu conselho é direto: “Levante-se e ande a cada duas horas durante voos longos. Se você usa anticoncepcional oral, faz reposição hormonal ou tem outros fatores de risco, converse com seu médico antes de viagens extensas”. Ela também recomenda usar meias de compressão e fazer exercícios simples com os pés enquanto sentado, como flexionar os dedos e girar os tornozelos.
Embora casos como o de Emily sejam raros, eles ilustram como hábitos simples — como caminhar pelo corredor do avião — podem ser decisivos. Aviões comerciais modernos oferecem entretenimento e conforto, mas a comodidade de assistir a filmes por horas tem um preço oculto. A próxima vez que o sinal de uso do cinto de segurança for desligado, vale a pena esticar as pernas. Sua saúde pode depender disso.