Cientistas intrigados com vulcão na Antártida que expele o equivalente a R$ 35 mil em ouro todos os dias

por Lucas Rabello
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Na gelada vastidão da Antártida, um fenômeno geológico incomum tem capturado a atenção de cientistas e entusiastas do ouro. O Monte Erebus, o segundo vulcão mais alto do continente, está silenciosamente produzindo um chuveiro diário de partículas microscópicas de ouro, um processo que tem intrigado os pesquisadores há anos.

Com uma impressionante altura de 3.794 metros, o Monte Erebus é um dos únicos dois vulcões ativos na Antártida. Sua descoberta remonta a 1841, quando o Capitão Sir James Clark Ross avistou pela primeira vez o gigante gelado. No entanto, não foi até 1972 que o vulcão voltou à atividade, revelando seus tesouros ocultos para o mundo.

O que diferencia o Monte Erebus de outros vulcões é seu lago de lava persistente, uma característica rara que requer condições específicas para ser mantida. Conor Bacon, pesquisador do Observatório da Terra Lamont-Doherty da Universidade de Columbia, explica: “A superfície do lago de lava nunca congela, criando um ambiente único para processos vulcânicos.”

A produção diária de ouro do vulcão é resultado de sua natureza relativamente calma. Como aponta Philip Kyle, do Instituto de Mineração e Tecnologia do Novo México, “A liberação lenta de gás permite que as partículas de ouro se formem em cristais, um processo que seria impossível em erupções mais voláteis.”

Monte Erebus

Diariamente, o Monte Erebus libera aproximadamente 80 gramas de partículas de ouro, cada uma medindo apenas 20 micrômetros de diâmetro. Embora isso possa parecer insignificante, soma um valor estimado de R$ 35.000 por dia. As partículas de ouro são transportadas por gases escaldantes, atingindo temperaturas de 1000 °C, antes de se cristalizarem na superfície crostosa da lava.

Interessantemente, a jornada do ouro não termina na borda do vulcão. Traços de poeira de ouro foram detectados a até 1.000 quilômetros de distância do Monte Erebus, sugerindo que essas minúsculas partículas são capazes de viajar grandes distâncias pelo ar.

A atividade do vulcão não se limita à produção de ouro. Durante episódios passados de atividade vulcânica intensa, o Monte Erebus foi conhecido por ejetar “bombas vulcânicas” – blocos de rocha parcialmente derretidos que contribuem para a paisagem dramática do continente antártico.

O Monte Erebus é apenas um dos 138 vulcões espalhados pela Antártida, um testemunho das complexidades geológicas ocultas do continente. Apesar de seu ambiente duro e inóspito, a Antártida continua a revelar fenômenos naturais fascinantes que desafiam nossa compreensão dos processos terrestres.

À medida que os cientistas continuam a estudar o Monte Erebus e suas capacidades únicas de produção de ouro, eles esperam obter insights mais profundos sobre processos vulcânicos e a distribuição de metais preciosos em ambientes extremos. A pesquisa em andamento pode ter implicações para nossa compreensão da formação e distribuição de recursos na Terra e, potencialmente, em outros planetas.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.