Um influencer digital irlandês conhecido por se aventurar em locais perigosos recentemente viveu uma situação de extremo risco. Durante uma viagem à província indonésia de Papua, na ilha da Nova Guiné, ele decidiu visitar uma tribo com pouquíssimo contato com o mundo exterior.
A região já foi palco de sumiços misteriosos, como o do norte-americano Michael Rockefeller, em 1961. Apesar desse histórico, o criador de conteúdo seguiu em frente com seu plano.
O grupo de turistas, guiado por um líder local, adentrou a densa floresta tropical. Eles foram recebidos por homens da tribo portando grandes arcos e flechas. As expressões faciais dos habitantes locais não eram amigáveis, indicando que a visita não era desejada.
Em um momento capturado em vídeo, um dos turistas comenta sobre as armas apontadas na direção deles. O influencer, tentando acalmar a situação, acena em um gesto universal de paz. Ele então se aproxima para oferecer um presente: um pacote de sal.
Um homem da tribo, acompanhado por um cachorro, experimenta um pouco do sal. Imediatamente, ele cospe o tempero no chão, demonstrando clara insatisfação com o presente inusitado. A reação negativa foi instantânea.
Percebendo a hostilidade crescente, o guia do grupo dá a ordem de retirada. Ele declara que a situação se tornou muito perigosa e que eles precisavam sair dali imediatamente. O grupo então foge da floresta, encerrando o encontro de forma abrupta.
O vídeo, posteriormente postado na internet, foi legendado pelo influencer com a alegação de que se tratava de uma “tribo canibal”. Essa afirmação gerou imediata controvérsia e uma enxurrada de críticas nas redes sociais. Especialistas e espectadores apontaram que não existe qualquer evidência que sustente a acusação de canibalismo.
@daratah Deep in the jungle of Papua… Just tried to make contact with a cannibal tribe LOL Will try again tomorrow. Wish us luck 😅 #cannibal #tribe #adventure #deadly #survival
Muitos comentários pediam que as tribos isoladas fossem deixadas em paz. Usuários lembraram que interferências desse tipo não são apenas desrespeitosas, mas também podem ter consequências fatais. A história do missionário John Allen Chau, morto em 2018 ao tentar contatar os sentineleses na Ilha Sentinela do Norte, foi citada como um exemplo trágico.
A visita a certos povos isolados é expressamente proibida por lei em vários países, incluindo a Índia, onde ficam as ilhas Sentinela. Aproximar-se dessas comunidades é crime, pois coloca em risco a vida dos visitantes e dos nativos, que não possuem imunidade contra doenças comuns do mundo exterior.
Apesar das regras e dos perigos conhecidos, uma tendência preocupante tem surgido. Alguns criadores de conteúdo buscam tribos remotas para gerar engajamento em suas plataformas, arriscando suas próprias vidas e a sobrevivência cultural de comunidades inteiras.
O caso na Papua ilustra os perigos reais dessas expedições. O ato de presentear a tribo com sal, em particular, foi amplamente criticado como ingênuo e potencialmente ofensivo. Esse tipo de encontro forçado raramente termina bem, podendo escalar para violência em questão de segundos.
As autoridades locais geralmente desaprovam veementemente esse tipo de turismo. Anteriormente, outro influencer foi preso por deixar uma lata de refrigerante em uma ilha protegida, demonstrando que as ações irresponsáveis têm consequências legais.
A busca por conteúdo extremo nas redes sociais continua a empurrar os limites do aceitável. Enquanto isso, povos indígenas que escolhem viver em isolamento veem sua paz e segurança serem ameaçadas por forasteiros em busca de fama na internet.