The Last of Us é uma popular série de TV que apresenta um mundo pós-apocalíptico onde uma infecção fúngica transformou a maioria dos humanos em zumbis.
O fungo, chamado cordyceps, é um fungo real que infecta e se apodera do corpo de insetos e artrópodes. No entanto, o fungo cordyceps que infecta humanos ainda é puramente fictício, mas de acordo com alguns especialistas, não é algo tão longe da realidade.
As infecções fúngicas podem ser devastadoras para as populações humanas, pois podem se espalhar rapidamente e ser muito difíceis de tratar. O sistema imunológico é normalmente a primeira linha de defesa contra essas infecções, mas certos fungos evoluíram para escapar do sistema imunológico e assumir o controle das células hospedeiras.
No caso do cordyceps, ataca o sistema nervoso dos insetos, levando a um comportamento errático e eventual morte. Esse tipo de comportamento é o que inspirou as criaturas parecidas com zumbis na série The Last of Us.
Embora o cordyceps que infecta humanos seja fictício, não é impossível. De acordo com Norman van Rhijn, pesquisador associado do Grupo de Infecção Fúngica da Universidade de Manchester, na Inglaterra, o fungo cordyceps está a apenas três passos de se tornar infeccioso para os humanos.
Essas etapas incluem ajustar a temperatura do corpo humano, mudar a estrutura do nosso corpo e desenvolver uma estratégia radical para escapar do nosso sistema imunológico.
Van Rhijn explicou que nossa temperatura corporal elevada é uma barreira térmica para muitas coisas, incluindo fungos, que não podem crescer nessa temperatura. Portanto, para que um fungo infectasse humanos, ele precisaria aprender a lidar com uma diferença de temperatura de quase 20 graus.
Além disso, nosso sistema imunológico também precisaria ser ajustado ou sobrecarregado para que ocorresse uma pandemia fúngica.
Segundo van Rhijn, nossa imunidade como um todo teria que mudar para que toda a população fosse infectada pelo fungo zumbi. Isso exigiria que o fungo desenvolvesse uma estratégia radical para escapar de uma gama completa de tipos de células. Embora esses sejam obstáculos enormes que um vírus precisaria superar, van Rhijn acredita que eles não são impossíveis, mesmo que isso demore milhões de anos para evoluir.
Van Rhijn também afirmou que a série de TV The Last of Us se inspirou em provas científicas e a sensacionalizou um pouco. O retrato do programa de cientistas falando sobre uma variedade de fungos e como eles podem mudar o mundo é quase 100% correto, de acordo com van Rhijn. No entanto, ele garantiu que uma mudança drástica como a vista na série de TV não aconteceria em nossa vida.