Pessoas concordam que esse clássico dos anos 90 é um dos filmes mais traumatizantes já feitos

por Lucas Rabello
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Quando pensamos nos filmes dos anos 90, frequentemente lembramos dos filmes divertidos e leves que definiram nossa juventude. No entanto, escondido entre os clássicos que nos fazem sentir bem está um filme que se destaca por sua capacidade de tocar nossos corações: “Meu Primeiro Amor.” Lançado em 1991, este filme leva os espectadores em uma montanha-russa emocional que deixa um impacto duradouro, mesmo 30 anos depois.

Alerta de spoilers abaixo!

No centro da história está Vada Sultenfuss, uma menina de 11 anos interpretada por Anna Chlumsky. A vida de Vada está longe de ser comum – ela mora em uma casa funerária com seu pai e avó, e sua mãe faleceu durante o parto. Este cenário incomum prepara o palco para uma história que explora temas de morte, perda e crescimento de maneiras que são tanto comoventes quanto, às vezes, esmagadoramente tristes.

Um dos aspectos mais marcantes de “Meu Primeiro Amor” é como ele equilibra momentos de inocência e alegria infantil com uma tristeza profunda. Por exemplo, a amizade de Vada com Thomas J., interpretado por Macaulay Culkin, proporciona algumas das cenas mais emocionantes do filme. O primeiro beijo deles, seguido por uma recitação desajeitada do Hino Nacional dos Estados Unidos, captura perfeitamente o amor jovem e inocente. No entanto, este momento doce é rapidamente ofuscado pela tragédia quando Thomas J. morre de uma reação alérgica a picadas de abelha logo em seguida.

O filme não evita tópicos pesados, abordando-os de uma maneira acessível para os espectadores mais jovens, ao mesmo tempo que ressoa profundamente com os adultos. A crença de Vada de que ela causou a morte de sua mãe, sua luta para se conectar com sua avó afetada por demência e a perda final de seu melhor amigo são todos tratados com sensibilidade e profundidade emocional.

O que torna “Meu Primeiro Amor” particularmente impactante é sua recusa em fornecer soluções fáceis ou finais felizes para cada problema. Embora o filme conclua com Vada fazendo uma nova amiga e mostrando sinais de cura, ele não apaga a dor e a perda que ela experimentou. Esta abordagem dá à história um senso de realismo que muitas vezes falta nos filmes familiares, tornando-a ainda mais comovente.

A cena do funeral, onde Vada se despede de Thomas J., é frequentemente citada como um dos momentos mais comoventes do cinema dos anos 90. A incapacidade de Vada de aceitar a morte de seu amigo, insistindo que ele precisa dos óculos e lembrando a todos dos sonhos dele de se tornar um acrobata, captura a dor crua de uma criança enfrentando a mortalidade pela primeira vez. Esta cena sozinha seria suficiente para garantir o lugar de “Meu Primeiro Amor” entre os filmes familiares mais tristes, mas é apenas um dos muitos momentos emocionalmente carregados ao longo do filme.

Apesar de seus temas pesados, “Meu Primeiro Amor” não é inteiramente desprovido de momentos mais leves. O espírito empreendedor de Vada ao cobrar das crianças do bairro para ver um “corpo morto” (na verdade, sua avó viva) e suas experiências na aula de poesia fornecem alívio cômico necessário. No entanto, mesmo esses momentos são frequentemente tingidos de uma tristeza subjacente, servindo para aprofundar o impacto emocional em vez de proporcionar verdadeiro alívio.

Ao olharmos para “Meu Primeiro Amor” três décadas após seu lançamento, fica claro por que o filme deixou uma impressão tão duradoura. Em uma década que nos deu outros filmes emocionantes como “Em Busca do Vale Encantado” e “O Rei Leão,” “Meu Primeiro Amor” se destaca por sua visão inabalável sobre o luto e a perda na infância. Ele não oferece respostas fáceis ou soluções mágicas, em vez disso, mostra como a vida continua mesmo diante de uma tristeza tremenda.

Para aqueles que consideram assistir novamente ou experimentar “Meu Primeiro Amor” pela primeira vez, estejam preparados para uma jornada emocional. O filme está disponível para streaming na Netflix.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.