Em um incidente raro e devastador, um menino de 13 anos com alergias severas faleceu após ser atingido por um pedaço de queijo jogado por um colega de classe em uma escola em Londres, Reino Unido. O evento levantou questões sobre a conscientização e a gestão de alergias em ambientes educacionais.
Karanbir Cheema, conhecido por ter múltiplas alergias, incluindo laticínios, trigo, glúten, ovo, leite e nozes, estava na escola quando um colega jogou um pedaço de queijo que fez contato com seu pescoço. Apesar de não ingerir o queijo, Karanbir sofreu uma reação alérgica severa.
Após o incidente, Karanbir foi levado ao hospital em estado crítico. Ele foi posteriormente transferido para o Hospital Great Ormond Street, onde faleceu tragicamente alguns dias após o evento inicial. A causa oficial da morte foi registrada como síndrome pós-parada cardíaca.
A mãe de Karanbir, Rina, compartilhou a experiência devastadora da família no programa de televisão “This Morning”. Ela relembrou a difícil decisão de desligar o suporte de vida de seu filho, afirmando: “Nós não queríamos desligar – não era justo com o corpo pequeno dele passar por isso.”
Ela acrescentou: “Ele sorriu quando a máquina foi desligada, eles o levaram para outra sala e dissemos nossos últimos adeus antes que ele fosse levado, e ele tinha um sorriso no rosto.”
O incidente atraiu atenção para a gestão de alergias severas nas escolas. Foi revelado que, embora Karanbir tivesse uma EpiPen com ele na escola, o medicamento estava quase um ano fora da validade. Este foi o único medicamento de adrenalina administrado antes de o adolescente sofrer uma parada cardíaca.
O colega que jogou o queijo afirmou que não estava ciente das alergias de Karanbir e que estava apenas “brincando”. Isso gerou discussões sobre a importância da educação sobre alergias entre estudantes e funcionários em instituições educacionais.
O Dr. Adam Fox, consultor em alergia pediátrica, falou no inquérito sobre a morte de Karanbir. Ele destacou a natureza excepcional deste caso, afirmando: “Onde este caso é extraordinariamente incomum é a natureza do evento que levou à anafilaxia.”
A anafilaxia é uma reação alérgica grave e potencialmente fatal que pode ocorrer rapidamente após a exposição a um alérgeno. Esta condição afeta múltiplos sistemas do corpo, incluindo as vias respiratórias, o coração, a pele e o trato gastrointestinal. Os sintomas podem incluir dificuldade em respirar, inchaço da garganta, queda repentina da pressão arterial, erupções cutâneas, náuseas e tonturas. A rapidez com que a anafilaxia se desenvolve e a sua gravidade podem variar de pessoa para pessoa e de episódio para episódio.
O tratamento imediato da anafilaxia é crucial e geralmente envolve a administração de epinefrina (adrenalina) através de um auto-injetor, como o EpiPen. Este medicamento ajuda a reverter os efeitos da reação alérgica, relaxando os músculos das vias aéreas e contraindo os vasos sanguíneos. Após a administração de epinefrina, é fundamental procurar atendimento médico de emergência, pois podem ser necessários tratamentos adicionais. Para pessoas com histórico de reações anafiláticas, é essencial evitar alérgenos conhecidos, carregar sempre um auto-injetor de epinefrina e usar identificação médica que alerte sobre suas alergias.
O Dr. Fox explicou ainda: “Porque reações alérgicas severas por contato com a pele são muito, muito incomuns, e se foi o contato com a pele que causou, neste caso fatal, a anafilaxia, acredito que seja sem precedentes.”
O consultor acrescentou: “Não consegui encontrar nenhum relatório de casos. Pesquisei amplamente sobre isso e não estou ciente de nenhum caso fatal.”
Este incidente gerou discussões sobre protocolos de alergia nas escolas e a necessidade de aumentar a conscientização sobre a gravidade das reações alérgicas. Também levantou questões sobre o armazenamento e a manutenção de medicamentos de emergência para alergias em ambientes educacionais.
A tragédia deixou um impacto duradouro na família de Karanbir, na comunidade escolar e naqueles envolvidos em pesquisa e gestão de alergias.
À medida que as investigações e discussões continuam, muitos esperam que as lições aprendidas com este trágico evento levem a estratégias melhoradas de gestão de alergias nas escolas e a um aumento da conscientização sobre a seriedade das alergias alimentares entre estudantes, funcionários e a comunidade em geral.