Médicos emitem alerta para pessoas que andam descalças em suas casas

por Lucas Rabello
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Andar descalço em casa é um hábito comum para muitas pessoas. Seja ao acordar e pisar no chão ainda sonolento ou ao chegar do trabalho e tirar os sapatos imediatamente, a sensação de liberdade nos pés parece irresistível. Mas, segundo especialistas, essa prática não é tão simples quanto parece. Enquanto alguns médicos destacam vantagens, outros alertam para cuidados essenciais.

Por Que os Pés Agradecem (Às Vezes)

De acordo com o podólogo Robert Conenello, andar sem sapatos ou meias fortalece os músculos intrínsecos dos pés — aqueles responsáveis por sustentar arcos e manter o equilíbrio. Com o tempo, o uso constante de calçados pode enfraquecer essas estruturas, prejudicando a mobilidade, especialmente com o avanço da idade. “Muitos dos problemas que vejo em pacientes estão ligados à falta de ativação muscular nos pés”, explica Conenello. Para ele, caminhar descalço é quase um exercício natural, que prepara os pés para movimentos mais eficientes.

Já a dermatologista Hannah Kopelman ressalta benefícios para a saúde da pele. “Deixar os pés ‘respirarem’ reduz o acúmulo de umidade, diminuindo o risco de infecções como frieiras”, afirma. Além disso, o contato direto com diferentes superfícies — como madeira, tapetes ou até grama — pode ter um efeito relaxante, semelhante a uma sessão de reflexologia. “Essa estimulação sensorial ajuda a promover bem-estar e conexão com o ambiente”, completa.

Quando o Chão da Casa Esconde Problemas

Apesar das vantagens, os riscos existem e variam conforme o ambiente. Kopelman adverte que pisar em superfícies com resíduos de produtos de limpeza, poeira, pelos de animais ou até pequenos objetos (como peças de brinquedo) pode causar ferimentos ou irritações na pele. Para quem tem dermatite, eczema ou diabetes, o perigo é maior: um simples corte pode levar a complicações sérias devido à cicatrização lenta ou propensão a infecções.

Outro ponto crítico é o tipo de piso. Andar descalço por longos períodos em superfícies duras (como cerâmica ou madeira) pode sobrecarregar a planta dos pés, resultando em fadiga muscular ou até fascite plantar — inflamação dolorosa na região do calcanhar e arco. “A falta de amortecimento aumenta o estresse nas articulações, principalmente em quem já tem problemas prévios”, alerta Kopelman.

Médicos emitem alerta para pessoas que andam descalças em suas casas

Meias: Um Meio-Termo Inteligente

Para minimizar riscos sem abrir mão do conforto, as meias surgem como aliadas. Conenello as descreve como um “filtro” entre os pés e o chão, oferecendo proteção mínima contra impactos e alergênicos sem limitar totalmente a liberdade. Kopelman concorda: “Elas reduzem abrasões e mantêm a sensação de leveza”.

Higiene também é crucial. Ambos os especialistas recomendam lavar e secar bem os pés diariamente, além de hidratá-los para evitar rachaduras. Quem opta por ficar descalço deve inspecionar o chão regularmente, garantindo que não haja objetos pontiagudos ou superfícies escorregadias.

Para Quem Precisa de Cuidados Extras

Pessoas com diabetes, má circulação ou neuropatias devem evitar andar descalças, mesmo em ambientes controlados. Feridas não percebidas podem evoluir para úlceras ou infecções graves. Já quem pratica atividades estáticas em pé (como cozinhar) deve considerar calçados com apoio, pois a pressão contínua em uma única área do pé — comum nessas situações — pode causar desconforto ou lesões.

No fim, a escolha depende do equilíbrio entre conforto e segurança. Enquanto alguns aproveitam os benefícios sensoriais e musculares, outros precisam priorizar a proteção. Como diz Conenello: “O segredo está em conhecer seu corpo e adaptar os hábitos às suas necessidades”.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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