Você já ouviu falar do Ozempic? Esse medicamento, que virou febre entre celebridades e influenciadores, está no centro de uma discussão importante. Desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, ele ganhou popularidade como “fórmula mágica” para emagrecimento rápido. Mas especialistas alertam: o uso sem orientação médica pode trazer efeitos inesperados, incluindo mudanças drásticas no rosto e na saúde bucal.
Originalmente aprovado para controlar o açúcar no sangue em pacientes diabéticos, o Ozempic age imitando um hormônio natural que regula a fome e a digestão.
Por isso, além de ajudar a reduzir riscos cardíacos em quem tem diabetes, ele diminui o apetite e retarda o esvaziamento do estômago. O resultado? Muitos passaram a usá-lo fora da prescrição médica, buscando perder quilogramas extras com facilidade. O problema é que, junto com a queda rápida de peso, surgem consequências que vão além da balança.
Um dos efeitos mais comentados é o chamado “rosto Ozempic”. Quando a gordura desaparece rapidamente do rosto, tronco e braços, a pele não tem tempo para se ajustar. O resultado são bochechas afundadas, contornos faciais menos definidos e uma aparência envelhecida precocemente.
A médica Emma Cunningham, especialista em estética avançada, explica que a perda abrupta de tecido adiposo deixa a pele flácida e “deflada”, alterando a estrutura natural do rosto. O que alguns comemoram como sucesso na perda de peso pode se transformar em insegurança com a própria imagem.
Mas as surpresas não param no espelho. A dentista Sepideh Jalali revela outro lado pouco conhecido do medicamento: o impacto na saúde bucal. O Ozempic altera a forma como o corpo processa os alimentos, podendo causar náuseas e, principalmente, redução na produção de saliva. Boca seca constante parece inofensiva, mas é um convite para problemas sérios. Sem a proteção natural da saliva, aumenta o acúmulo de placa bacteriana, elevando o risco de cáries, inflamações na gengiva e até perda dentária.
Para completar, a rápida redução das camadas de gordura facial afeta diretamente a estrutura ao redor da boca. As mudanças nos “coxins” adiposos que sustentam os lábios e as bochechas podem alterar até o formato do sorriso. Imagine ter conquistado o corpo dos sonhos, mas enfrentar desafios novos para manter dentes saudáveis e um rosto harmonioso.
Quem quer entender como o medicamento age no organismo pode buscar demonstrações visuais. No YouTube, o criador Zack D. Films mostra em uma simulação como a substância atua no cérebro e no sistema digestivo. O vídeo ilustra como o remédio envia sinais de saciedade, reduz a velocidade da digestão e suprime o apetite — mecanismos que explicam tanto a perda de peso quanto efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas e diarreia.
Enquanto o Ozempic segue sendo estudado, a mensagem dos profissionais é clara: medicamentos sérios exigem acompanhamento sério. Seu uso sem critério, especialmente por quem não tem diabetes, pode trocar um desafio por outros. A busca por atalhos na jornada de emagrecimento pode cobrar um preço alto — e nem sempre visível na balança.