Médico emite alerta urgente sobre vape após jovem de 17 anos desenvolver ‘pulmão de pipoca’ irreversível

por Lucas Rabello
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Christie Martin, uma mãe de Henderson, Nevada, nos Estados Unidos, nunca imaginou que receberia uma ligação desesperada da filha Brianne, de 17 anos, mudaria sua vida para sempre. A jovem, que praticava cheerleading, ligou para a mãe dizendo que não conseguia respirar.

Em poucos minutos, Christie a levou ao pronto-socorro mais próximo, onde Brianne recebeu oxigênio, fez radiografias e começou um tratamento emergencial. O diagnóstico? Bronquiolite obliterante, uma doença rara e irreversível popularmente conhecida como “pulmão de pipoca”.

O termo “pulmão de pipoca” surgiu na década de 1990, quando trabalhadores de uma fábrica de pipocas de micro-ondas nos EUA desenvolveram a doença após inalar substâncias químicas usadas no aroma artificial. A condição ocorre quando o tecido dos pulmões sofre danos permanentes devido à inalação de toxinas, formando cicatrizes que bloqueiam as vias aéreas. No caso de Brianne, a causa foi o vaping — ela usava dispositivos eletrônicos há três anos, escondido dos pais.

Brianne foi levada às pressas para o pronto-socorro quando começou a ter dificuldades para respirar (Kennedy News and Media).

Brianne foi levada às pressas para o pronto-socorro quando começou a ter dificuldades para respirar (Kennedy News and Media).

Tudo começou quando Brianne, aos 14 anos, comprou seu primeiro vape por US25(cercadeR 125). Ela mantinha o hábito secretamente, adquirindo um novo dispositivo por mês. Durante um treino de cheerleading, a combinação de esforço físico intenso, tosses persistentes e uma leve dor de garganta fez seu corpo entrar em colapso. “Ela levantava crianças, fazia acrobacias… de repente, não conseguia mais respirar”, contou Christie. No hospital, os médicos foram diretos: o vaping havia desencadeado uma crise que poderia ser fatal.

A bronquiolite obliterante não tem cura. Os danos nos pulmões são permanentes, e os sintomas — falta de ar, cansaço extremo e tosse crônica — exigem acompanhamento por toda a vida. Brianne recebeu um inalador para auxiliar na respiração, mas os médicos alertaram que, mesmo com recuperação parcial, riscos como câncer de pulmão no futuro não estão descartados. “Fumar causa danos ao longo de anos, e os pulmões podem se regenerar. Mas o ‘pulmão de pipoca’ é irreversível”, explicou Christie, emocionada.

Christie ficou temendo o pior para a saúde de sua filha (Kennedy News and Media)

Christie ficou temendo o pior para a saúde de sua filha (Kennedy News and Media)

A mãe revelou que não suspeitava do vício da filha. “Pensei que tinha falhado como mãe”, disse. Hoje, ela usa a história de Brianne para alertar outros pais. “Precisamos unir forças para tirar esses produtos do mercado. Eles são vendidos como inofensivos, mas são piores que cigarros comuns”, afirmou. Nos EUA, o acesso fácil a vapes com sabores atrativos preocupa autoridades de saúde, já que 1 em cada 5 adolescentes americanos relata usar cigarros eletrônicos.

Brianne, hoje com 18 anos, abandonou o vaping após o susto, mas sua saúde pulmonar ainda é incerta. “Não sabemos se os efeitos a longo prazo vão aparecer”, desabafou Christie. Enquanto isso, a ex-atleta de cheerleading — que teve a vida salva, segundo a mãe, pelo esporte que a levou ao limite físico no dia do colapso — aprende a conviver com as limitações impostas pela doença.

O caso reforça um alerta global: embora o vaping seja propagado como alternativa segura ao cigarro, substâncias como o diacetil (usado em aromatizantes) e metais pesados presentes nos vaporizadores podem causar danos graves em pouco tempo. Para jovens como Brianne, o preço do hábito pode ser uma sentença vitalícia.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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